Centro Nossa Senhora da Boa Viagem procura transformar desafio demográfico em enriquecimento comunitário

Marinha das Ondas, 22 nov 2025 (Ecclesia) – O Centro Nossa Senhora da Boa Viagem, da Cáritas Diocesana de Coimbra, desenvolve um trabalho central para a integração de 1300 migrantes na Marinha das Ondas, combinando resposta social e inclusão laboral,
Marta Amaral, diretora técnica do equipamento, refere à Agência ECCLESIA que a resposta social, localizada na Praia da Leirosa, adaptou a sua missão a partir de 2019, quando o número de chegadas à freguesia começou a crescer “significativamente”.
“Já somos uma instituição que acolhe migrantes para trabalhar”, indica, destacando que esta diversidade torna a equipa “mais rica”, o que traz “outras formas de olhar os desafios da vida e do apoio que é preciso prestar aos mais idosos”.
O Centro Nossa Senhora da Boa Viagem ajuda a transformar o desafio demográfico em enriquecimento comunitário.
“O nosso trabalho não é só de gabinete, temos a riqueza de partilhar com eles a vida deles em contexto domiciliário. O acolhimento nas suas casas, a partilha de tantos momentos culturais, gastronómicos, festivos da vida deles, para os quais nos chamam, é de verdadeiros irmãos”, afirma Marta Amaral.
A diretora do equipamento, explica que a instituição assumiu o papel de mediação entre a comunidade migrante e os serviços locais, como a saúde e as escolas.
O que começou pelo acolhimento de crianças através do projeto “Escolhas”, evoluiu rapidamente para um apoio transversal às famílias, acelerado pelas necessidades da pandemia.
Para responder aos desafios de uma comunidade onde residem agora mais de 1300 migrantes, a Cáritas reforçou o trabalho em rede, passando de sete para treze parceiros locais.

Cátia Sousa, coordenadora do projeto ‘Sem Diferenças’, destaca a importância de criar “pontes de encontro” culturais para evitar o confronto e promover o diálogo.
“É essencial estes apoios para se sentirem mais integrados”, refere à Agência ECCLESIA, explicando que a instituição promove atividades interculturais onde “quem os recebe também tem a oportunidade de mostrar como é que nós cá vivemos”.
A integração faz-se também pelo exemplo de quem chega: Leonard Avilez, migrante da Venezuela, trabalha agora no Centro Social como ajudante de cozinha e no apoio a idosos, descrevendo o acolhimento como “fantástico”, apesar da burocracia inicial.
“Para as pessoas que estão para chegar, paciência e fé”, aconselha, sublinhando que o essencial é o “compromisso e seriedade” perante o país de acolhimento.
Marta Amaral sublinha que a integração evoluiu para uma relação de reciprocidade, onde os migrantes passaram de apenas beneficiários a prestadores de cuidados na própria instituição.
“As diferentes nacionalidades, as diferentes culturas só nos acrescem”, sublinha.
integral”, olha para elas e para o seu problema, e “tenta dar resposta”, no caso do Alentejo querem que as pessoas migrantes “sejam acolhidas, integradas, e que tragam as suas famílias”.
O trabalho da Igreja Católica junto dos migrantes vai estar em destaque no Programa 70×7 deste domingo, às 17h30, na RTP2.
OC



