Igreja Católica vai celebrar no próximo domingo o Dia Mundial do Migrante e Refugiado
Beja, 13 jan 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, sublinhou hoje a importância de países e comunidades superarem a “desconfiança doentia” com que muitas vezes encaram os povos migrantes, os deslocados e refugiados.
Na sua habitual nota semanal, enviada à Agência ECCLESIA, o prelado aborda o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que a Igreja Católica vai celebrar no próximo domingo.
D. António Vitalino realça que “a diversidade” favorecida pelo fenómeno migratório, sinal de um tempo marcado pela globalização, “deve ser vista como fator de enriquecimento e de beleza, e não de inveja, de opressão e de guerras fratricidas”.
Alerta ainda para o “egoísmo” que impede as pessoas de aproveitarem “as riquezas da mobilidade” e que leva “indivíduos e povos” a tratarem os outros, quem vem de fora, como algo “descartável”.
“Ao colocar a celebração deste dia no domingo a seguir à festa do Batismo de Jesus, a Igreja quer ajudar à construção de um mundo melhor, um mundo mais fraterno, de convivência pacífica entre todos os povos, no respeito pela dignidade de todas as pessoas, porque todas são filhos de Deus e irmãos uns dos outros”, salienta o prelado.
O membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana baseou a sua reflexão na mensagem que o Papa dedicou o Dia Mundial do Migrante e Refugiado deste ano, que “aborda o tema sob a perspetiva da construção de um mundo melhor”.
De acordo com o bispo de Beja, Francisco salienta que as migrações, “por um lado” permitem identificar “fragilidades e lacunas nos Estados e na Comunidade internacional” e “por outro, revelam a aspiração da humanidade viver o acolhimento e a hospitalidade, que permitem a partilha equitativa dos bens da terra; de viver a proteção e a promoção da dignidade humana e da centralidade de cada ser humano”.
D. António Vitalino dedica depois a segunda parte da sua nota ao “tradicional oitavário de oração pela unidade dos cristãos”, que vai decorrer entre 18 e 25 de janeiro.
A semana de oração convida as comunidades cristãs, a partir deste sábado, a refletirem a partir da “interrogação de S. Paulo na primeira carta aos Coríntios 1, 13: Estará Cristo dividido?”.
“No mundo global em que vivemos, mais visível se torna a divisão dos que se dizem cristãos, separados em diversas igrejas ou comunidades religiosas ou até mesmo dentro da mesma família religiosa”, aponta o bispo, que deixa depois a receita para a resolução deste problema.
“A conversão e reconciliação têm de começar por nós mesmos, para sabermos amar como Jesus e nos tornarmos seus verdadeiros discípulos. Que em todas as comunidades se tenha bem presente esta intenção e pedido de Cristo e da Igreja”, conclui.
JCP