Migrações: 10 anos ao serviço dos portugueses no estrangeiro

Barcelos, Braga, 08 ago 2013 (Ecclesia) – Monsenhor Abílio Cardoso, pároco em Barcelos, que esteve 10 anos em missão ao serviço dos emigrantes em Paris, França, e nos Estados Unidos da América, considera que “muitas vezes a emigração dá início à evangelização”.

O sacerdote foi entrevistado para o suplemento ‘Igreja Viva’, do jornal da Arquidiocese de Braga, ‘Diário do Minho), a respeito da 41.ª semana nacional dedicada aos migrantes e refugiados que decorre a partir de domingo.

Monsenhor Abílio Cardoso, pároco de Santa Maria Maior, na cidade de Barcelos, desde 2004, tem uma vasta experiência neste campo.

Com 60 anos foi ordenado em 1977 e é o sacerdote do arciprestado de Braga com mais experiência pastoral junto de comunidades emigrantes, assinala o suplemento ‘Igreja Viva’ do jornal Diário do Minho.

 “A Igreja continua a ser, como foi no passado, pioneira no apoio às situações de carência social e é natural que incarne as realidades de um povo”, analisa o sacerdote que esteve sete anos em Paris, França, com a comunidade portuguesa e de 2001 a 2004 nos Estados Unidos da América (EUA).

Estas duas experiências têm em comum a realidade de quem partiu para longe da sua terra e procura acolhimento, mas são distintas porque a comunidade francesa era muito ativa, “nomeadamente na devoção a Nossa Senhora e na fidelidade às tradições”, enquanto nos EUA os emigrantes estavam mais inseridos na Igreja local.

Esta inclusão nos EUA “deve-se ao facto das pessoas emigrarem por longa duração e não se deslocarem tantas vezes à terra mãe”, por isso há “um diálogo permanente entre a Igreja em Portugal e as comunidades eclesiais de emigrantes na América”, explica.

Pela experiência do monsenhor Abílio Cardoso, “a Igreja encontra-se em posição privilegiada para ser elo de união dos emigrantes dispersos e funcionar como uma espécie de mãe para aqueles que se sentem desamparados”.

Uma vivência de fé e de comunidade que pode sair reforçada porque quem parte sente necessidade de estar com outros emigrantes do seu país.

“Eu diria que a vida cristã nas nossas comunidades de emigração não desmerece nada do que se passa nas nossas paróquias”, acrescenta.

CB

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Agência ECCLESIA

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