Francisco evocou vítimas da violência e da exclusão
Cidade do México, 13 jan 2016 (Ecclesia) – O Papa recordou este sábado na Missa a que presidiu no Santuário de Guadalupe, no México, as vítimas da violência e da exclusão, afirmando que as aparições de Nossa Senhora são um sinal de “esperança”.
“Deus aproximou-se e aproxima-se ao coração sofredor mas resistente de tantas mães, pais, avós que viram partir, perder ou mesmo serem arrebatados criminosamente os seus filhos”, disse, na homilia da celebração acompanhada por milhares de pessoas, no interior da Basílica e no seu exterior.
Francisco confessou que tinha um “sabor especial” estar no local onde a Virgem “quis visitar” a “grande nação” mexicana, ao indígena São Juan Diego, com as roupas e a língua destas populações.
Francisco recordou as aparições de dezembro de 1531 e o milagre que é “a memória viva de tudo o que este santuário guarda”.
“Nesse amanhecer, nesse encontro, Deus despertou a esperança do seu filho Juan, a esperança do seu povo”, declarou.
Francisco convidou os mexicanos a construir “outro santuário”, na sua vida pessoal e na das comunidades, sem deixar “ninguém de fora”.
“Todos somos necessários, especialmente os que normalmente não contam por não estarem à altura das circunstâncias”, observou.
Esta escolha “preferencial”, acrescentou o Papa, não é “contra ninguém, mas a favor de todos”.
“O Santuário de Deus é a vida dos seus filhos, de todos e em todas as suas condições, especialmente os jovens sem futuro expostos a um sem número de situações dolorosas, de risco, e os idosos sem reconhecimento, esquecidos em tantos cantos”, sublinhou.
“O Santuário de Deus são as nossas famílias que precisam do mínimo necessário para poderem construir-se e levantar-se”, disse ainda.
O Papa recordou as palavras da Virgem de Guadalupe a São Juan Diego, para afirmar que os fiéis “não estão sós”.
A intervenção concluiu-se com um convite à prática das chamadas obras de misericórdia, para que cada católico seja “embaixador” de Deus, “dando de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, lugar ao necessitado”.
“Veste o despido, visita o doente, socorre quem está preso, perdoa quem te magoou, consola o triste, tem paciência com os outros”, apelou.
No final da Missa, Francisco ofereceu uma coroa de ouro e prata, com a inscrição em latim "Mater mea, Spes mea" (Minha mãe, minha esperança).
Após a celebração, o Papa esteve durante cerca de 20 minutos a rezar em privado no ‘Camarín’, lugar onde é conservada a imagem que remonta às aparições do século XVI.
O programa oficial da viagem prossegue este domingo a partir das 09h20 (15h20 em Lisboa), quando Francisco segue em helicóptero até Ecatepec, nos arredores da Cidade do México, para presidir à Missa dominical perante uma multidão estimada em 400 mil pessoas, às 10h30.
Após o almoço com a comitiva papal no Seminário Diocesano de Ecatepec, Francisco regressa à Cidade do México para visitar, às 17h45, os doentes do Hospital Pediátrico ‘Federico Gómez’, estrutura especializada em doenças oncológicas.
OC