O México celebrou na passada quinta-feira o primeiro aniversário da canonização de Juan Diego, testemunha das aparições da Virgem de Guadalupe. O arcebispo da capital, Norberto Rivera, presidiu a uma celebração litúrgica no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, na qual pediu ao santo que interceda pelo povo mexicano. O aniversário da canonização do primeiro indígena americano ofereceu ao mesmo tempo a oportunidade para chamar a atenção sobre a situação das populações indígenas no México, que em alguns aspectos vivem em condições de marginalização e pobreza. Na cerimónia estiveram presentes muitas etnias de México, com suas danças e cantos, estandartes e vistosas indumentárias. Ao mesmo tempo, entoaram cantos característicos do fervor popular mexicano num intercâmbio entre a cultura índia e a cultura espanhola, que formam o México de hoje, e das que, como recordou o cardeal, foi «ponte» Juan Diego Cuauhtlatoatzin. Concluída a cerimónia, um indígena nahuatl tomou a palavra para dar «graças porque enfim creio que a Igreja hierárquica católica está nos tomando em conta, povos autónomos das primeiras nações». «Nós não somos pagãos, não somos do grupo folclórico, não somos os que divertem o povo», afirmou na sua saudação ao cardeal e aos representantes da Igreja presentes. «Nós trazemos uma tradição com nossos pais e nossos avós. Hoje já totalmente mestiça, como vós dissestes na homilia, totalmente cristianizada, totalmente baptizada». Na celebração esteve presente também o núncio apostólico no México, o arcebispo italiano Giuseppe Bertello.