Metade dos padres de Lisboa com mais de 60 anos

Fátima acolhe assembleia do presbitério lisboeta. D. José Policarpo pede unidade e discernimento O Patriarcado de Lisboa divulgou esta Quarta-feira os dados estatísticos actualizados relativos aos seus sacerdotes, nos quais se constata que mais de metade (50,7%) dos 258 sacerdotes têm mais de 60 anos. Há 38 sacerdotes com mais de 80 anos, 6 dos quais ainda são párocos e um vigário-paroquial. Dos 248 sacerdotes incardinados na arquidiocese de Lisboa, 15 encontram-se em missões no exterior e 50 estão jubilados. Muitos destes prestam ainda uma colaboração pastoral na medida das suas possibilidades. Das 288 paróquias da diocese, 38 estão ao cuidado de sacerdotes de congregações religiosas e 28 de sacerdotes provenientes de outras dioceses. Por outro lado, 23,39% dos padres do Patriarcado têm entre 25 e 40 anos. A Assembleia do Presbitério de Lisboa iniciou-se esta manhã no Santuário de Fátima, com uma Conferência do Cardeal-Patriarca, intitulada “A comunhão do Presbitério na Igreja comunhão. Para D. José Policarpo, é necessário dar “um lugar privilegiado à paixão pelas vocações sacerdotais, na certeza de que nós somos o presente do nosso presbitério e o futuro será dom amoroso de Deus, que nós podemos merecer”. A intervenção inicial desta Assembleia lembrou, por outro lado, a necessidade “urgente de discernir o lugar dos leigos na missão”. “A crise dos órgãos de corresponsabilidade pastoral, mesmo dos que são obrigatórios, abrem um espaço largo para a urgência deste discernimento”, alertou D. José Policarpo, pedindo ainda o “discernimento necessário para valorizar e integrar na unidade da Igreja a imensa variedade de carismas e associações laicais”. “Convoquei-vos para esta Assembleia para meditarmos, aprofundarmos e sentirmos o mistério que nos une e faz de nós um corpo, o Presbitério de Lisboa”, explicou o Patriarca. “A variedade das pessoas e dos seus dons, o campo legítimo do discernimento pessoal, têm de convergir para a unidade do projecto de Deus, em Igreja. Sem esta atitude, o nosso esforço e capacidade humanos levará à dispersão e à falta de unidade”, disse ainda. Chamadas de atenção D. José Policarpo desafiou os presentes a interrogarem-se sobre a “qualidade do nosso ministério da Palavra. E só em conjunto, nos podemos aperfeiçoar”. “Um desafio particular, recentemente lançado de novo pelo Sínodo dos Bispos, é a qualidade da homilia. Como poderemos avançar em conjunto para as melhorar? Normalmente só me chegam os ecos negativos e críticos, talvez nem sempre justos, de homilias longas demais, pouco centradas na Palavra de Deus, demasiadamente marcadas pelas ideias pessoais do sacerdote, nem sempre consentâneas com o sentir da Igreja”, referiu. Para o Patriarca de Lisboa, “é, sobretudo, na administração dos sacramentos que o sacerdote se afirma como ministro da Igreja mistério; actuando em nome de Cristo, afirma continuamente que a origem da Igreja é Cristo ressuscitado”. “Celebrar bem a Eucaristia é algo em que temos de nos ajudar mutuamente. Não permitir que a Eucaristia esteja presente na nossa vida só pela quantidade de celebrações e pelo esforço que isso representa”, indicou. D. José Policarpo sublinhou ainda que “o nosso ministério é a afirmação contínua da força da caridade” e que “o sacerdote deve conduzir a comunidade de modo que ela se torne anunciadora e testemunha do Evangelho” . “Estamos num momento da nossa Igreja diocesana em que somos chamados a refrescar e, porventura, a rever os caminhos da evangelização: a catequese, concebida como autêntica iniciação cristã; a preparação para os sacramentos; as estruturas sociais de expressão da caridade; a maneira de estar no mundo como «fermento na massa», promovendo o sentido cristão das realidades terrestres, à luz do Evangelho e da doutrina da Igreja”, elencou o Cardeal-Patriarca. Notícias relacionadas • Presbitério de Lisboa reúne em Fátima

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