«Estamos a mudar e percebemos que estamos a crescer todos juntos» – Sofia Amaral
Lisboa, 01 out 2019 (Ecclesia) – Os alunos do Ensino Secundário do Colégio Valsassina ajudam outros jovens como voluntários num projeto de acompanhamento de estudos, no Centro de Informação Juvenil (CIJ) na Junta de Freguesia de Marvila.
“Não me considero uma explicadora, eles são iguais a mim, têm exatamente a mesma idade, mas é muito gratificante estar lá e contribuir para que alguém tenha um futuro melhor”, disse Sofia Amaral à Agência ECCLESIA.
A jovem estudante que participa neste projeto há dois anos afirma que os participantes mudam “enquanto pessoa”, enquanto estão no CIJ com os alunos da freguesia lisboeta, mas também quando saem.
“Percebemos que estamos a mudar e percebemos que estamos a crescer, com eles e todos juntos”, sublinhou Sofia Amaral sobre o voluntariado no Bairro do Condado, a antiga Zona J de Chelas.
À Agência ECCLESIA, Paulo Victória, professor da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), explicou que o Colégio Valsassina tem como projeto proporcionar “uma educação integral do aluno, uma educação humanista”, e não pretende só formar a parte intelectual.
Neste contexto, acrescentou o docente, o colégio “abraçou este projeto” do Centro Social Paroquial São Maximiliano Kolbe, quando foram convidados pela própria instituição, quando a junta de freguesia lançou o concurso ‘Marvila voluntária’.
Para Sofia Amaral, este projeto “é muito mais do que” apenas apoio escolar, uma vez que criam “uma relação com toda a gente, não só com os alunos”.
“Eles ajudam e nós também os ajudamos e inspiramo-nos todos uns aos outros, e partilhamos coisas da nossa vida e que passamos”, desenvolveu.
A jovem estudante do 12.º ano revela que quando os voluntários do colégio privado estão no Centro de Informação Juvenil em Marvila percebem que são “muito sortudos” no que têm e conseguem “perceber que nada é como acham sempre”.
Não considero que sejam mundos diferentes mas mesmo nesse mundo temos características diferentes e na sociedade fazemos coisas diferentes que aproxima toda a gente”.
A Igreja Católica vive anualmente em outubro um mês missionário e o professor de EMRC considera que este projeto de voluntariado é uma forma de concretizar de uma missão e realça que “a fé tem de ser traduzida em obras e a missão não é só anunciar que Deus existe, Deus é pai, Deus é amor, é preciso obra”.
“A partir do momento em que vivo (as palavras), as consigo transmitir através do exemplo, deixam de ser ocas, abstrato”, acrescentou Paulo Victória sobre projeto de acompanhamento de estudos que é desenvolvido desde 2013/2014 e tinha duração de um ano.
O colégio promove entre os alunos o ‘Prémio João Valsassina’, que é uma homenagem ao “antigo diretor falecido há pouco mais de um ano”, que “sempre se preocupou muito” que a instituição “se abrisse ao ambiente envolvente”, e o valor pecuniário tem de ser aplicado em Marvila.
O professor Paulo Victória recorda que os dois estudantes vencedores da primeira edição do prémio “apostaram em renovar o CIJ”, e o dinheiro foi aplicado em “renovar salas, pinturas, eletricidade, na cozinha, novos armários, nova mesa” e os “jovens retribuem”.
Sofia Amaral destaca que “é importante perceber” onde é preciso mais ajuda para aplicar o prémio, afinal o “importante é continuar a tentar mudar” a vida de cada um e dos outros também.
Ao longo desta semana, até sexta-feira, o programa Ecclesia na rádio Antena 1 é dedicado à missão, no âmbito do Ano Missionário que a Igreja Católica em Portugal está a viver até final de outubro.
LS/CB/OC