Merkel defende referência às raízes cristãs da Europa

A Chanceler alemã Angela Merkel desafiou ontem os europeus a reivindicarem as suas raízes cristãs, ao celebrar os 50 anos dos Tratados de Roma, fundadores da Comunidade Europeia. “Não há dúvida nenhuma de que nós somos marcados por uma herança judeo-cristã”, disse Merkel, em Berlim, na conferência de imprensa final das comemorações. Para esta responsável, “se quisermos manter um debate sobre culturas e religiões, a nível mundial, ser-nos-á pedido a nós, europeus, que não só reivindiquemos as nossas raízes, mas também que as exprimamos”. Sobre as preocupações manifestadas pelo Papa, este Sábado, Merkel disse “compreender a posição da Igreja Católica”. Bento XVI teve palavras duríssimas para aqueles que não reconhecem os valores que formaram a UE, incluindo as suas raízes cristãs, considerando que é necessário denunciar “todas as formas de apostasia” que caracterizam o Velho Continente nos nossos dias, e que o levam a “duvidar da sua própria identidade”. “Se os governos da União desejam aproximar-se dos seus cidadãos, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade europeia, que é o Cristianismo, com o qual uma vasta maioria dos cidadãos se continua a identificar?”, perguntou. Angela Merkel admitiu que incluir uma referência às raízes cristãs do Velho Continente em futuros tratados “é algo desejado por um grande número de pessoas na Europa”, apesar de reconhecer que isso será difícil em virtude de tradições “seculares” de alguns Estados-membros. A União Europeia aprovou ontem a Declaração de Berlim. No documento, os 27 comprometem-se a procurar uma solução, antes das eleições europeias de 2009, para a crise constitucional que bloqueia há dois anos a União Europeia. “Nós, os cidadãos da Europa, unimo-nos pelo melhor”, lê-se no documento.

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Agência ECCLESIA

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