Mensagem quaresmal do Bispo do Algarve

Jejum solidário Meus caros diocesanos A Quaresma constitui, anualmente, para toda a Igreja um “tempo favorável”, um tempo de graça e de dom, uma oportunidade para nos abrirmos sempre mais à novidade de vida, que a celebração pascal de Cristo ressuscitado vem renovar em cada baptizado. Tempo, por isso mesmo, para “acertarmos o passo e a vida” com Cristo, cuja consequência primeira é a revitalização da fidelidade no amor, que empenha e compromete. O Apóstolo Paulo guia-nos, este ano, neste percurso, quer pela leitura orante das suas cartas, quer pelo testemunho da sua conversão e do dom total que fez da sua vida a Cristo e ao anúncio do Evangelho. A peregrinação que, como Igreja diocesana, continuamos a fazer, com Maria, ao encontro de Cristo, ampara-nos e guia-nos na escuta e na resposta aos apelos de Deus. Correspondendo ao convite que Bento XVI lançou a toda a Igreja, na sua mensagem quaresmal, exorto-vos a que valorizeis pessoal e comunitariamente este tempo, intensificando a oração, como resposta à leitura diária da Palavra de Deus, se possível em família, praticando o verdadeiro jejum para que, despertos pela situação em que vivem tantos irmãos nossos, nos leve a cultivar e a assumir o mesmo gesto solidário do Bom Samaritano que se inclinou e socorreu o desconhecido caído à beira do caminho. A prática do jejum, como refere Bento XVI na sua Mensagem, “pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o coração ao amor de Deus e do próximo, primeiro e máximo mandamento da nova Lei e compêndio de todo o Evangelho”. Não deixemos que a insegurança e a instabilidade motivadas pela situação que presentemente vivemos, já com profundos reflexos em tantas famílias, nos tornem insensíveis a uma partilha solidária, fruto do nosso jejum quaresmal. No ano passado, o resultado da nossa renuncia quaresmal, no valor de 26.676,04 €, descontados 5% para o Fundo de Solidariedade da CEP, destinou-se a apoiar a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, da nova Diocese de Viana, Angola, quer na construção de alguns espaços de culto, quer na formação de leigos ao serviço da evangelização. Este ano, tendo em conta a alternância que temos vindo a assumir nos destinatários da renúncia quaresmal, por indicação do Conselho Presbiteral, a soma recolhida destinar-se-á a responder às primeiras necessidades dos atingidos pela presente situação social. Uma comissão diocesana encarregar-se-á de coordenar a sua distribuição, através dos nossos organismos sócio-caritativos. Que este jejum solidário, unido a outras formas de conversão quaresmal, possa constituir para todos o caminho mais eficaz de encontro com Cristo ressuscitado. + Manuel Quintas, Bispo do Algarve

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Agência ECCLESIA

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