Mensagem e mensageiros

Na valorização permanente da mensagem como imprescindível à comunicação, o crescimento das plataformas digitais desafia sobretudo os mensageiros.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é uma ocasião para avaliar ou criticar, propor ou projectar a presença da Igreja Católica nos media. Este ano a acontecer entre um abundante caudal informativo sobre intervenções e presenças católicas, proposições acerca do carácter tecnológico das comunicações – que encontra na Mensagem do Papa um certeiro contributo – e a realização de projectos que testemunham o envolvimento eclesial nessas ferramentas mediáticas digitais.

O seu carácter determinante nos processos de comunicação motiva a necessidade frequente de não hiper-valorizar os meios, por mais poderosos e eficazes que sejam. Para acentuar a certeza da necessidade de uma mensagem, a ser comunicada através de um mensageiro. Ela é de todos os tempos, também de hoje.

Nova é a circunstância gerada pelo mundo digital: porque não estamos a falar de mais um meio, antes de um novo mensageiro.

A comunicação que acontece através dos meios tecnológicos não encontra nas ferramentas digitais apenas plataformas por onde passam conteúdos. Basta ver, por exemplo, o tratamento personalizado com que recebemos uma mensagem electrónica enviada para um sem número de remetentes. Ou a possibilidade crescente que cada receptor tem de escolher os conteúdos, informativos ou de entretenimento, que determinam a construção de personalidades de acordo com perspectivas culturais e valorativas dos outros e das coisas. E também as incidências comerciais dos recursos tecnológicos, que potenciam a capacidade desses meios em determinar os perfis dos consumidores para lhes oferecer, nos momentos oportunos, produtos, bens ou serviços.

Na valorização permanente da mensagem como imprescindível à comunicação, o crescimento das plataformas digitais desafia sobretudo os mensageiros. Porque uma ferramenta tecnológica, uma “rede social”, pode emergir como mais eficaz para que a comunicação aconteça. Também na Igreja Católica. E por uma só razão: estará utilizar o mensageiro responsável por fazer chegar a maioria das mensagens a pessoas ou grupos sociais.

Projectos de Bento XVI no facebook, youtube ou wikicath, a ideia da Conferência Episcopal Portuguesa de falar da vocação através do myspace, ou a utilização do twitter para informar e do blog criar relação com os públicos por parte da Agência Ecclesia são opções a potenciar em ordem a uma eficaz comunicação. Porque se servem dos mensageiros capazes de fazer chegar mensagens aos públicos a que se destinam.

Paulo Rocha

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Agência ECCLESIA

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