Mensagem do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes para o Domingo do Mar

10 de julho de 2011

Estimados capelães, voluntários, amigos e benfeitores da Obra do Apostolado do Mar,

A celebração do Domingo do Mar é uma ocasião especial para as comunidades cristãs e a sociedade em geral, tomar conhecimento de quanto é indispensável o serviço que prestam os marinheiros, e conhecer a pastoral que, desde 1920, os Capelães e os voluntários do Apostolado do Mar desenvolvem em numerosos portos do mundo.

“A minha presença aqui hoje no meio de vós quer enfatizar que a Igreja vos está próxima, valoriza o vosso trabalho, muitas vezes perigosos e difíceis, conhece as vossas ânsias e preocupações, apoia os vossos direitos, consola a vossa solidão e as vossas nostalgias “.       

Estas palavras que o Beato João Paulo II dirigiu aos marinheiros e aos pescadores da cidade de Fano (Ancona – Itália), durante a homilia de 12 de agosto de 1984, representam uma forte mensagem de esperança para os cerca de 1.5 milhões de marítimos de mais de 100 nacionalidades (dois terços dos quais são de países em via de desenvolvimento), que diariamente respondem às exigências da economia global transportando 90% do comércio mundial.

Não obstante os grandes benefícios que a nossa vida usufrui do trabalho árduo e dos sacrifícios dos marinheiros, estes são uma categoria da qual conhecemos muito pouco, exceto quando a mídia se ocupa deles após algumas tragédias no mar ou, mais recentemente, pelo aumento de navios atacados por piratas. Todavia, na realidade, os problemas que afetam suas vidas são bem mais numerosos.

Nos últimos anos, devido à criminalidade das tripulações por causa de acidentes marítimos (naufrágios, poluição, etc.), o abandono em portos estrangeiros sem comida e nem dinheiro, as novas restrições para descer em terra, a falta de segurança e proteção, e os embarques prolongados têm causado stress e ânsia não somente à vida destes trabalhadores, mas também a de suas famílias.

O Apostolado do Mar tem conhecimento de muitas situações desumanas que ainda persistem no mundo marítimo e se coloca ao lado da “gente do mar” para insistir em que os seus direitos humanos e trabalhistas devem ser respeitados. Recordando a nossa recente declaração sobre a pirataria (26 de maio de 2011), queremos ressaltar a importância de que a indústria marítima (armadores, P&I Clubs, etc.) trabalhe em estreita colaboração com governos, organizações internacionais e agências de bem-estar para pôr em prática medidas preventivas a fim de garantir a segurança destas pessoas. E, para assegurar ulterior proteção para os que trabalham no mar, nos dirigimos a todos os Governos a fim de que adotem quanto antes a Convenção da Organização do Trabalho (OIT) sobre o Trabalho Marítimo (MLC) de 2006 e favoreçam a sua entrada em vigor. Do contrário, esta teria apenas valor teórico, mesmo sendo um dos resultados mais importantes de toda a história dos direitos dos marinheiros.

Em sua luta pela justiça no mundo marítimo, o Apostolado do Mar é guiado pelos princípios evangélicos e pelo ensinamento da Doutrina social da Igreja. As palavras com as quais, em 17 de abril de 1922, o Papa Pio XI aprovava e abençoava as primeiras Constituições e o Regulamento do apostolado do Mar, nos animam a continuar a missão “de expansão da pastoral marítima”, a fim de que a Obra “recolha uma messe abundante de frutos de salvação”.    

Noventa anos depois daquele importante evento na história do Apostolado Mar, tenho o prazer de anunciar a convocação, em Roma, do XXIII Congresso Mundial do Apostolado do Mar, de 18 a 24 de novembro de 2012, para refletir e partilhar os desafios decorrentes das contínuas mudanças no mundo marítimo.

Finalmente, neste dia especial dedicado à “gente do mar”, confio as comunidades marítimas e, a da pesca à materna proteção de Maria, Stella Maris, enquanto invoco sobre todos vós a bênção de Deus.

Antonio Maria Vegliò, Presidente

Joseph Kalathiparambil, Secretário

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