Mensagem de Natal do bispo de Viseu

Neste tempo tão especial, quero dirigir-me a todos os homens e mulheres desta nossa Igreja de Viseu, sobretudo àquelas e àqueles que estão a viver tempos difíceis. Quero, na comunhão amiga com todos, declarar-lhes os meus votos de paz, de justiça, de amor e de bem. Igualmente, quero dirigir-me aos homens e mulheres que melhor vivem, pedindo a todos que ajudemos a que o Natal seja a Festa e a Celebração sem fim da alegria, da fraternidade e da solidariedade para todos.

Faço apelo sincero a que ninguém fique indiferente à situação actual. O Natal é desafio à mudança pessoal e social. Celebrando o Natal, não podemos esquecer as causas de uma crise com tão graves consequências nem os seus efeitos que fazem sofrer tantas e tantos, de todas as idades e de todas as condições sociais. O atropelo aos valores e aos princípios éticos fundamentais – na política, na economia, nos mercados, nas empresas, na educação, na cultura – cria injustiça, promove individualismo e exclusão social e fomenta corrupção, mentira e inversão de valores. O meu apelo é que vivamos o Natal como o sonho a concretizar, o desafio a aceitar e o projecto a construir, para ajudarmos a realizar a paz e o bem universais. 

A par da crise, devemos reconhecer que, hoje, se afirmam valores muito nobres, tais como: generosidade, tolerância e globalização positiva e humanizadora em muitos aspectos. Apreciamos também o alargado acesso à educação e à cultura e a maior sensibilidade para a liberdade, direitos e responsabilidades individuais. São bons sinais de esperança para o melhor serviço a todos. Porém, a nossa sociedade está longe de ser justa e de praticar o bem comum. Este nunca pode esquecer cada pessoa concreta.

Pede-se, neste Natal em época de crise tão dura e tão difícil, uma maior corresponsabilidade de todos e a favor de todos. Todos – individual, social e colectivamente – todos somos chamados a ser sujeitos activos e destinatários da esperança. Esta missão somente será cumprida se tivermos as pessoas no centro da nossa atenção e se elas, a começar pelas mais frágeis e pelas mais pobres, forem as mobilizadoras das nossas energias e das nossas iniciativas.

Na nossa Diocese de Viseu estamos a iniciar o Sínodo como uma oportunidade de mudança, de renovação, de reorganização e de formação. A nossa Igreja quer lavar o rosto, quer rever-se em Jesus Cristo e na Sua Boa Nova e quer olhar, de frente e com o coração, o mundo e as pessoas do nosso tempo. Quer ainda, em comunhão com todos – crianças e jovens, homens e mulheres, mais velhos e mais novos, em qualquer situação – acreditar, viver e anunciar Jesus Cristo. Ele é a Fonte da nossa esperança. Todos somos convidados a viver em comunhão para a missão.

Para todos, um Santo Natal e um Feliz 2011, cheio de esperança.

O vosso irmão e amigo bispo – Ilídio Leandro   

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top