As autoridades espanholas fazem um apelo à Unicef pois há cada vez mais crianças entre os milhares de imigrantes ilegais, que chegam ao arquipélago das Canárias. A maioria destas crianças está sozinha, sem família e a sobrelotar os centros de acolhimento e merecem por parte das autoridades uma atenção especial que levou mesmo a um pedido de ajuda à Unicef, como referiu o porta-voz da Comissão espanhola de Ajuda aos Refugiados do arquipélago, Juan Moreno. “A capacidade que temos nas Canárias é de 250 lugares mas actualmente há 500″, disse. A lei espanhola de Imigração tem contornos claros para com os imigrantes menores: estes não são abrangidos pela norma. Também em situação de ruptura estão os centros que recebem os imigrantes indocumentados nas Canárias. Só neste último fim-de-semana chegaram mais de mil pessoas. Muitas delas foram reencaminhadas para a Espanha continental, antes de serem repatriadas. Mas se tem aumentado cada vez mais o número de deslocados que chegam às Canárias, também é grande o número daqueles que morrem.”O Crescente Vermelho informou-nos que desde Outubro, Novembro de 2005, até Março deste ano morreram no mar, entre a costa africana e as Canárias, duas mil pessoas”, acrescentou. Em Portugal, a Renascença tentou perceber como lidar com estes casos. O Serviço Jesuíta aos Refugiados admite que esta situação não é comum no nosso país, mas Rosário Farmhouse avança duas hipóteses. “A primeira coisa a fazer seria acolher estas crianças, caso elas viessem a algumas das nossas ilhas ou mesmo ao continente e ver a situação de cada um e depois assegurando um retorno bem pensado, então sim retornariam ao seu país. Caso fosse uma situação extrema de crianças que foram traficadas e usadas e que não como faze-las voltar ao seu país, então teriam que ser encaminhadas para associações preparadas a acolher estas crianças”, disse. Rosário Farmhouse acredita mesmo que o Estado português estaria à altura de acompanhar casos parecidos. E é isso que, afirma, tem acontecido.