Irmã Fátima Veríssimo, superiora provincial das Irmãs Vicentinas, enfermeira de formação, «arregaçou as mangas» e liderou a equipa que teve de cuidar de mais de dois terços da comunidade atingidas pelo novo coronavírus
Lisboa, 09 mar 2021 (Ecclesia) – A superiora provincial das Filhas da Caridade liderou a equipa que cuidou das irmãs atingidas pela Covid-19 e recorda a bondade da irmã Margarida e o empreendedorismo da irmã Joaquina, que faleceram no segundo surto que atingiu a comunidade.
As várias comunidades da casa das Irmãs Vicentinas do Campo Grande, em Lisboa, que inclui dois lares, um destinado apenas a religiosas mais idosas, um colégio e obras sociais, contam com mais de 50 irmãs onde agora, após um surto ao longo do último mês, há apenas dois casos positivos.
“Foi um tempo difícil, de muito trabalho, de muita preocupação, mas também de esperança, de provar que, nas horas difíceis, Jesus está no meio de nós”, afirmou a irmã Fátima Veríssimo.
A superiora provincial das Filhas da Caridade é a convidada de hoje da rubrica da Agência ECCLESIA “Memórias que contam” e recorda o a história das duas irmãs que faleceram por causa da Covid-19..
“A irmã Margarida era uma doçura. Uma irmã muito silenciosa, muito atenta. Tinha um sorriso, uma bondade que nos deixou a todas muito tristes e muitos perplexas. Fazia-nos muita falta! Para tudo que precisássemos era uma irmã totalmente disponível”, lembra superiora provincial.
A irmã Margarida foi a mais nova do grupo das religiosas atingidas pelo novo coronavírus que faleceu, no surto que atingiu a comunidade das vicentinas do Campo Grande.
“Guarda-nos esta memória de uma irmã que era a mais nova do grupo. O Senhor lembrou-se dela e nós aceitamos a vontade de Deus”, afirma.
Nos últimos dias, faleceu também a irmã Joaquina, “a irmã do sofrimento” por causa de um problema de saúde que tinha e que a Covid-19 agravou.
“Era a irmã do sofrimento, que sofria bastante. E era uma irmã muito empreendedora. O que ela sonhava, realizava. Se ela sonhasse melhorar uma obra, melhorava. Foi uma irmã servente, como chamamos, superiora de várias comunidades. Muito ativa e sempre melhorando a qualidade de vida da sua comunidade e da obra onde se encontrava”, recorda a atual superiora provincial.
A sair do segundo surto de infeção na comunidade pelo novo coronavírus, a irmã Fátima Veríssimo afirma a satisfação de ter conseguido que as religiosas “não entrassem o pânico” e afirma que, apesar de todos os cuidados, “ ninguém sonha que a Covid vai entrar pela casa dentro e tomar conta de tanta gente, ao mesmo tempo”.
“Estamos na Quaresma e isto não é um suplicio relacionado com a vida de Jesus”, disse a superiora provincial das Filhas da Caridade em Portugal.
Ao longo da Quaresma, a rubrica “Memórias que contam”, publicada de segunda a sexta-feira na Agência ECCLESIA, evoca mulheres e homens que faleceram por causa da Covid-19.
PR