«Memórias que contam»: Após 83 anos de vida e 62 nas Irmãs Hospitaleiras, a irmã Zélia permanece na história da congregação

Religiosa faleceu há um ano, no dia 25 de março, e era a mais nova de três irmãs que optaram pela Vida Consagrada

Lisboa, 25 mar 2021 (Ecclesia) – A superiora provincial das Irmãs Hospitaleiras disse hoje na rubrica da Agência ECCLESIA ‘Memórias que contam’ que a irmã Zélia, falecida no dia 25 de março de 2020, fica na história “governativa, formativa, afetiva e espiritual da congregação”.

Com 83 anos, a Irmã Zélia pertencia à Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus há 62 anos e faleceu há um ano, após ter sido internada e lhe ter sido diagnosticado a Covid-19.

“Sempre foi uma irmã muito ativa, muito aberta e sobretudo com um grande desejo de estar presente junto das pessoas e ser ajuda”, afirmou a atual superiora provincial das Irmãs Hospitaleiras.

A Irmã Sílvia Moreira afirma que a irmã Zélia, a única religiosa da congregação que faleceu por causa da Covid-19, “viveu com muita alegria a sua vocação e a sua consagração” e era uma “irmã com muita visão de futuro”.

A irmã Zélia era a mais nova de três irmãs que decidiram consagrar-se às Irmãs Hospitaleiras, que se dedicam ao tratamento e acompanhamento de doentes mentais.

Com missões de responsabilidade no governo da congregação e na formação de futuras religiosas, a irmã Zélia foi missionária em Moçambique como superiora delegada no primeiro período da presença das irmãs e acompanhou a saída das religiosas por ocasião da independência.

Conselheira geral e superiora provincial das Irmãs Hospitaleiras, a irmã Zélia distinguiu-se também pelo acompanhamento nas etapas finais da formação de futuras religiosas por ocasião da “primavera do Concílio”, um tempo de “desencontro entre gerações” que contou com a sua capacidade de “fazer a ponte”.

Nas ‘Memórias que contam’ a atual provincial das Irmãs Hospitaleiras fala também da necessária adaptação do trabalho da Congregação, que tem a seu cargo várias casas de saúde dedicadas à doença mental, por causa da pandemia.

“A história dos últimos tempos, no contexto da pandemia, é uma história comum à humanidade, com perdas e a descoberta da passagem de Deus por alguns momentos”, afirmou a irmã Sílvia Moreira.

A superiora provincial das Irmãs Hospitaleiras recorda o impacto da necessidade seguir as normas para evitar a propagação do vírus, que aconteceu com “alguma leveza”, notando o isolamento a que estão sujeitos os doentes “há praticamente um ano” e o facto da comunidade não se encontrar, no início da pandemia, durante mais de dois meses.

“Foi uma aprendizagem para nós todos e ajudou-nos a crescer em generosidade”, afirma

A irmã Sílvia considera que a pandemia Covid-19 acentuou a necessidade de cuidar melhor dos doentes mentais, lembrando que “muitas pessoas ficaram sem resposta” por causa do cancelamento de consultas.

A provincial das Irmãs Hospitaleiras valorizou o aproveitamento das novas tecnologias, seja para o acompanhamento de alguns doentes, seja para a realização de encontros entre as comunidades, onde participam todas, também as irmãs que estão em Angola e Moçambique.

“Antes da pandemia não tínhamos tão apurada esta agilidade com as tecnologias”, disse a irmã Sílvia Moreira.

PR

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Agência ECCLESIA

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