Mediterrâneo: Conferências Episcopais da União Europeia pedem resposta imediata a naufrágios

Bispos católicos denunciam «tragédia humana»

Bruxelas, 21 abr 2015 (Ecclesia) – A Comissão dos Episcopados da União Europeia (COMECE) lamentou hoje a tragédia que custou a vida a 800 pessoas no Mediterrâneo, este sábado, e pediu que as instituições comunitárias reajam a esta “tragédia humana”.

“Esta nova catástrofe no Mediterrâneo constitui uma derrota para tudo o que faz da União Europeia uma comunidade de valores”, refere um comunicado assinado pelo presidente do organismo, cardeal Reinhard Marx, e enviado à Agência ECCLESIA.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados confirmou que 800 imigrantes morreram no naufrágio de uma traineira, no mar Mediterrâneo, depois de falar com os sobreviventes do desastre.

A COMECE sublinha que “muito mais” de mil pessoas morreram na travessia rumo à Europa, nos últimos dez dias, pelo que a União Europeia “não pode ficar sem reação face a esta tragédia humana”.

“Nada justifica que se fechem os olhos à tragédia humana que decorre no Mediterrâneo, que a União Europeia deve enfrentar”, insiste o organismo representativo dos bispos católicos.

O cardeal Reinhard Marx cita o discurso do Papa Francisco no Parlamento Europeu, a 25 de novembro de 2014, em Estrasburgo, que alertava para a transformação do Mediterrâneo num “grande cemitério”.

“A reação dos europeus será um teste revelador para os valores europeus”, sustenta o presidente da COMECE, que pede “medidas drásticas” para impedir novas tragédias.

A União Europeia decidiu realizar uma cimeira extraordinária na próxima quinta-feira para responder ao drama dos imigrantes no Mediterrâneo, após uma série de naufrágios que fizeram mais de 1600 mortos ou desaparecidos desde o início do ano, de acordo com dados da ONU.

Segundo a COMECE, é preciso passar “das palavras aos atos”, com “posições concretas para a implementação de uma política humana de asilo e de migração”.

“Todas as medidas necessárias devem ser tomadas para que não se repita nunca uma tragédia como a de sábado”, conclui a nota dos episcopados da União Europeia.

OC

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