Organização católica questiona soluções baseadas no aumento de medidas de repressão
Lisboa, 24 abr 2015 (Ecclesia) – A Cáritas Europa acusou hoje os responsáveis do Conselho Europeu, que se reuniram esta quinta-feira, de terem feito uma “declaração de guerra” aos migrantes e refugiados", condenando um eventual aumento de medidas de repressão.
"Entendemos as conclusões do Conselho como uma inaceitável declaração de guerra aos migrantes e refugiados", sublinha a organização católica em comunicado, depois da reunião extraordinária de líderes europeus que decorreu em Bruxelas.
Além de reforçar o orçamento para 2015 e 2016 das operações navais ‘Triton' e ‘Poseidon', com a missão de vigiar as fronteiras marítimas da Europa no Mediterrâneo Central e no Mar Egeu, o Conselho Europeu decidiu promover “ações para capturar e destruir as embarcações dos traficantes antes que estas possam ser usadas".
A Cáritas Europa considera que estas são “conclusões profundamente dececionantes”.
“Independentemente de até onde a União Europeia alargar no Mediterrâneo a 'fortaleza Europa', isso nunca impedirá as pessoas de arriscarem as suas vidas para entrar na Europa se as questões na origem não forem resolvidas", refere a nota assinada pelo secretário-geral da organização, Jorge Nuño Mayer.
Para a Cáritas Europa, a “abordagem repressiva” só levará pessoas desesperadas a “correr riscos ainda maiores para alcançar a Europa e vai criar ainda mais perdas terríveis de vidas”.
"O Conselho Europeu mostrou uma vez mais que os responsáveis pela liderança do projeto europeu perderam completamente o rumo ", alerta a organização católica.
A confederação da Cáritas pede uma “operação de busca e socorro” nas fronteiras externas da União Europeia, com uma “missão humanitária inequívoca”, além de “canais seguros e legais” para quem procura proteção “ao fugir de guerras e perseguições” e canais legais para trabalhadores migrantes.
OC