Médio Oriente: Vaticano lança coleta anual, evocando «grave sofrimento» das populações

Recolha de donativos acontece a nível mundial, na Sexta-feira Santa

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 17 mar 2025 (Ecclesia) – O Vaticano lançou hoje a coleta anual em favor das comunidades cristãs da Terra Santa, evocando o “grave sofrimento” das populações atingidas pela crise no Médio Oriente.

“Sinto profundamente a responsabilidade de dirigir-me aos bispos católicos do mundo, em nome do Santo Padre, para fazer-vos chegar o apelo da Igreja em resposta ao grito de quem se encontra em grave sofrimento”, refere uma carta do Dicastério para as Igrejas Orientais (Santa Sé), assinada pelo seu prefeito, o cardeal Claudio Gugerotti.

“Todos, a começar pelas crianças, têm direito a viver em paz e a reaver casas e escolas, a brincar juntos sem o medo de rever o riso satânico da morte. É verdade. Para nós cristãos os Lugares Santos têm um valor particular, são encarnação da Incarnação”, acrescenta.

O colaborador do Papa alude à “frágil” trégua em vigor, entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza.

“Pela sua natureza, não bastará por si só para resolver os problemas e extinguir o ódio naquela área. Mas pelo menos os olhos não vêm novas explosões e não perpetuam a angústia do irreparável”, escreve.

Vimos choros, desespero, destruição por toda a parte. Ora a nossa esperança é que o triunfo da morte provocada não seja a sua eterna vitória. E renova-se a esperança de ver o Ressuscitado, Jesus Cristo nosso Senhor, que precisamente naquela terra, mostrou, vivo, as chagas da sua paixão”.

A recolha de donativos acontece a nível mundial, na Sexta-feira Santa, servindo como principal fonte de sustento para os Lugares Santos e apoio às comunidades eclesiais do Médio Oriente.

O Papa Paulo VI, através da Exortação Apostólica ‘Nobis in Animal’ (25 de março de 1974), deu “um impulso decisivo” em favor da Terra Santa, refere a nota da Santa Sé enviada hoje aos jornalistas.

O Vaticano recorda que depois da pandemia de Covid-19, com a quase total interrupção das peregrinações e das pequenas atividades, muitos cristãos foram “constrangidos ao exílio”.

“Se queremos reforçar a Terra Santa e assegurar o contato vivo com os Lugares Santos, é preciso manter comunidades cristãs que, na sua variedade, oferecem ao Deus-connosco o seu perene louvor, também em nosso nome”, sustenta o cardeal Claudio Gugerotti.

O responsável pede a colaboração dos bispos de todo o mundo em favor desta causa.

“Gostaria que vós, irmãos bispos, fazendo memória das imagens de destruição e de morte que passaram constantemente sob os vossos olhos nestes tempos de novo Calvário, vos fizésseis apóstolos persuasivos deste empenho”, apela.

Com os fundos tradicionalmente recolhidos na Sexta-feira Santa, a Custódia Franciscana da Terra Santa pode realizar a sua missão de preservar os Lugares Sagrados, as pedras da memória, e promover a presença cristã, através de projetos pastorais, educativos, assistenciais, sociais e de saúde.

Os fundos são aplicados nas comunidades cristãs da Palestina, Israel, Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia, Eritreia, Turquia, Irão e Iraque.

OC

Partilhar:
Scroll to Top