D. Silvano Tomasi defende ação concertada da comunidade internacional para evitar intervenção militar, o «último recurso»
Cidade do Vaticano, 18 mar 2015 (Ecclesia) – O representante da Santa Sé no Conselho de Direitos Humanos da ONU afirmou que os cristãos no Médio Oriente estão a ser vítimas de um “genocídio”, pedindo a intervenção da comunidade internacional para travar a violência na região.
“Parece-me que estamos perante um genocídio, porque aquilo que está a acontecer no Médio Oriente é a destruição sistemática de um grupo de pessoas identificadas pela sua crença religiosa ou porque estão em desacordo com as autoridades que comandam o território”, precisou D. Silvano Tomasi, em entrevista à Rádio Vaticano.
O arcebispo italiano precisa que o “caminho ideal” para mudar a situação é o da negociação, para se chegar sem violência a uma solução política e pacífica.
“A violência traz sempre resultados que não são construtivos e depois, a longo prazo, leva a mais violência”, observou.
O responsável apela, por isso, a um “cessar-fogo” que faça parar a “violência sistemática que está a destruir milhares de pessoas”, admitindo que há situações em que não existe “vontade política” para resolver os problemas.
“O uso da força, ainda que infelizmente seja necessário por vezes, é uma ‘extrema ratio’ (último recurso), é uma solução verdadeiramente limite, quando todas as outras vias foram tentadas”, assinalou.
O representante da Santa Sé junto das instituições da ONU com sede em Genebra (Suíça) aponta o dedo ao autoproclamado Estado Islâmico pela violência contra “pessoas inocentes”.
“Há a obrigação moral, o dever de proteger esta gente. A decisão sobre as modalidades de proteção dessas pessoas, cujos direitos fundamentais são violadas, é tarefa da comunidade internacional”, conclui.
OC