Diz líder da maior comunidade católica do Iraque
Lisboa, 30 mar 2015 (Ecclesia) – O patriarca da Igreja Caldeia no Iraque, líder da maior comunidade católica daquele país, diz que a “Primavera Árabe” foi um evento “negativo” para a paz no Médio Oriente e para as comunidades cristãs da região.
Numa declaração em Nova Iorque, perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, D. Louis Sako recordou o clima de fundamentalismo e intolerância religiosa atualmente vigente e que despoletou um êxodo em massa de cristãos.
Uma debandada só semelhante à que ocorreu há um século atrás, devido aos massacres iniciados em 1915 durante o Império Otomano.
Para o responsável católico, teria sido melhor se tivesse havido “a possibilidade de trabalhar em harmonia com o mosaico de religiões e grupos étnicos que compõem a região”.
Possivelmente já poderia estar lançada “uma força capaz de conduzir a região rumo à paz, a estabilidade e o progresso”, sustentou.
A realidade, prosseguiu D. Louis Sako, é bem diferente e todos os dias minorias religiosas como “os cristãos, os yazidis e os shabaks” sofrem na pele a violência do Estado Islâmico.
Durante a sua intervenção junto da ONU, o patriarca dos Caldeus da Babilónia apelou à comunidade internacional para que proteja estas comunidades e famílias e evite que elas continuem a ser mortas ou “obrigadas a deixarem as suas casas”, em territórios como Mossul e a Planície de Nínive.
O responsável católico propôs mesmo a implementação de “uma lei sobre a propriedade imobiliária, que assegure às vítimas os seus direitos em relação à terra e permita que elas regressem a casa e retomem as suas vidas com normalidade”.
Considerou ainda essencial o “apoio do governo central iraquiano e do governo regional curso, na libertação de todas as cidades” atualmente oprimidas pelos fundamentalistas islâmicos.
Quanto às “nações e indivíduos” que estão a compactuar com os atos do Estado Islâmico, e inclusivamente “apoiam grupos terroristas economicamente, intelectualmente ou com armas”, D. Louis Sako reivindicou normas e sanções que “condenem” estes procedimentos e os classifiquem como “crimes contra a paz”.
JCP