Cardeal Pierbattista Pizzaballa participa na 45ª edição do Encontro para a Amizade entre os Povos, em Rimini
Cidade do Vaticano, 21 ago 2024 (Ecclesia) – O patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, afirmou que é preciso “interromper as operações militares” para se pode negociar a paz entre Israel e o Hamas.
“Não se pode falar de paz neste momento”, disse o responsável católico, em declarações aos meios de comunicação do Vaticano.
O cardeal Pizzaballa está na Itália, onde participa na 45ª edição do Encontro para a Amizade entre os Povos, em Rimini, iniciado esta terça-feira.
O patriarca católico convida todas as partes envolvidas no conflito do Médio Oriente a “trabalhar por um cessar-fogo, interromper as operações militares para iniciar um processo de cura, construir confiança uns com os outros”.
“É necessária uma liderança política e religiosa, que está em crise”, adverte.
O responsável diz ter “esperança” no futuro, mas assume que “as perspetivas não são positivas a curto prazo”.
A comunidade católica em Gaza e na Cisjordânia tem cerca de 600 pessoas, que ajudam a população local com a distribuição de alimentos.
A Igreja está empenhada em abrir clínicas e reabrir uma escola que está fechada há um ano, reiniciando a dinâmica das relações “normais”, procurando “sair de um manto de opressão para criar oportunidades de trabalho, mesmo que sejam escassas”.
Já no palco do Encontro de Rimini, o cardeal evocou os seus 35 anos de vida na Terra Santa, falando num “momento decisivo” para a região.
“A guerra vai acabar, espero que com as negociações se resolva alguma coisa. Tenho as minhas dúvidas, mas é o último comboio”, disse aos participantes.
D. Pierbattista Pizzaballa assumiu que a crise, provocada pelos ataques do Hamas, a 7 de outubro de 2023, criou novas dificuldades no diálogo inter-religioso.
Os Estados Unidos da América, o Qatar e o Egito estão a mediar negociações de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, após 10 meses de conflito.
O ataque do grupo islamita contra território israelita causou cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de pessoas levadas como reféns.
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e uma crise na ajuda humanitária à população.
OC
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