Leão XIV pede que todos trabalhem por «uma paz justa, duradoura e respeitosa das legítimas aspirações do povo israelita e do povo palestino»

Cidade do Vaticano, 12 out 2025 (Ecclesia) – O Papa saudou hoje o plano de cessar-fogo entre Israel e Hamas, em vigor desde sexta-feira, falando numa “centelha de paz” para a região, após anos de violência e destruição.
“Nos últimos dias, o acordo sobre o início do processo de paz trouxe uma centelha de esperança à Terra Santa. Encorajo as partes envolvidas a prosseguirem com coragem o caminho traçado, rumo a uma paz justa, duradoura e respeitosa das legítimas aspirações do povo israelita e do povo palestino”, disse, após a recitação do ângelus, na Praça de São Pedro.
Perante milhares de peregrinos reunidos para a celebração do Jubileu da Espiritualidade Mariana, com a presença da imagem venerada na Capelinha das Aparições, de Fátima, Leão XIV recordou as vítimas do conflito em larga escala que se desencadeou desde outubro de 2023.
“Dois anos de conflito deixaram morte e destruição por toda a parte, especialmente no coração daqueles que perderam brutalmente os seus filhos, pais, amigos, tudo”, lamentou.
Com toda a Igreja, estou próximo da vossa imensa dor. Hoje, especialmente a vós, é dirigida a carícia do Senhor, a certeza de que, mesmo na escuridão mais profunda, Ele permanece sempre connosco”.
O Papa convidou os católicos a rezar a Deus, “única Paz da humanidade”.
“Pedimos que cure todas as feridas e ajude com a sua graça a realizar o que humanamente agora parece impossível: redescobrir que o outro não é um inimigo, mas um irmão a quem olhar, perdoar, oferecer a esperança da reconciliação”, declarou.
Israel e o grupo islamita palestino Hamas anunciaram na madrugada de quinta-feira um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas por Egito, Qatar, EUA e Turquia.
Os dois anos de guerra em Gaza foram desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170 mil feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza.

O Papa Leão XIV assumiu ainda a sua preocupação com as notícias dos “novos ataques violentos que atingiram várias cidades e infraestruturas civis na Ucrânia, causando a morte de pessoas inocentes, incluindo crianças, e deixando muitas famílias sem eletricidade e aquecimento”.
“O meu coração une-se ao sofrimento da população, que há anos vive na angústia e na privação. Renovo o apelo para que se ponha fim à violência, se pare a destruição, se abra o diálogo e a paz”, declarou.
Leão XIV, que foi bispo e missionário no Peru, deixou uma palavra ao “querido povo peruano neste momento de transição política”, desejando que o país possa “continuar no caminho da reconciliação, do diálogo e da unidade nacional”.
O Papa falou ainda da jornada pelas vítimas dos acidentes de trabalho, na Itália: “Rezemos por elas e pela segurança de todos os trabalhadores”.
OC