Médio Oriente: Papa renova disponibilidade para visitar Iraque

Patriarca Louis Raphael I Sako convidou Francisco, durante encontro inédito em igreja assírio-caldeia, na Geórgia

Tbilisi, 01 out 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco renovou a sua disponibilidade para visitar os cristãos do Iraque, numa breve conversa com o patriarca Louis Raphael I Sako, líder da comunidade caldeia, a mais antiga e importante nesse país.

“IInshallah”, se Deus quiser, disse o pontífice argentino, em árabe, em resposta ao convite do patriarca católico do Iraque.

A notícia é avançada hoje pela Agência Fides, do Vaticano, após o encontro de oração pela paz que decorreu esta sexta-feira na Geórgia, na primeira vez que um Papa entrou numa igreja assírio-caldeia.

“Esperamos a sua visita em breve ao Iraque. Precisamos da sua presença e do seu apoio”, tinha explicado à Agência Fides D. Louis Raphael I Sako, antes do encontro na igreja de São Simão Bar Sabbae.

Em agosto de 2014, ao regressar de uma viagem à Coreia do Sul, Francisco admitiu uma visita ao Curdistão, confessando que discutiu “muitas coisas” com os seus colaboradores quando se começou a ter noção da dimensão da situação no Iraque.

“Estou disponível”, revelou então.

Esta sexta-feira estiveram com o Papa 12 bispos caldeus, que acabam de celebrar o seu sínodo anual em Erbil, capital do Curdistão iraquiano, além de fiéis provenientes dos Estados Unidos, da França e do Canadá, bem como um grupo de refugiados a viver no Iraque, depois de terem fugido aos jihadistas do ‘Estado Islâmico’.

O rito caldeu remonta às origens do Cristianismo e tem particular importância na Síria e no Iraque; muitos dos fiéis desta comunidade vivem na diáspora.

Francisco rezou pelas “vítimas da injustiça e da opressão”, pelos povos em guerra e “exaustos pelas bombas”.

“Levantai da devastação o Iraque e a Síria; reuni sob a vossa doce realeza os vossos filhos dispersos: sustentai os cristãos da diáspora e dai-lhes a unidade da fé e do amor”, pediu o Papa.

A chamada Igreja Assíria do Oriente obteve a autonomia no concílio de Markbata, em 492, com a possibilidade de eleger um patriarca com o título de ‘catholicos’.

Em 1830, o Papa Pio VIII nomeou o "patriarca da Babilónia dos Caldeus" como chefe de todos os católicos caldeus; a sede deste patriarcado era Mossul, no norte do Iraque, e seria transferida para Bagdade em 1950, após a II Guerra Mundial.

OC

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Agência ECCLESIA

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