Francisco diz que guerra é «derrota para todos, sobretudo para os que se julgam invencíveis»
Cidade do Vaticano, 13 out 2024 (Ecclesia) – O Papa insistiu hoje na necessidade de um cessar-fogo “imediato” no Médio Oriente, apelando ao respeito pelos capacetes azuis no Líbano.
“Continuo a seguir com preocupação o que está a acontecer no Médio Oriente e apelo, mais uma vez, a um cessar-fogo imediato em todas as frentes e à prossecução das vias da diplomacia e do diálogo para alcançar a paz”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.
Francisco mostrou-se próximo de “todas as populações envolvidas, Palestina, Israel, Líbano”.
“Peço que sejam respeitadas as forças de paz da ONU”, acrescentou.
Este sábado, o porta-voz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) alertou para a possibilidade de um “conflito regional com impacto catastrófico”.
Cinco soldados da força de paz foram feridos em incidentes atribuídos a Israel.
As forças de manutenção da paz estão no Líbano de acordo com a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra de 2006 entre o Líbano e Israel.
Nas últimas semanas, o exército israelita tem levado a cabo uma campanha de bombardeamentos contra o sul e leste do Líbano, além de Beirute, provocando centenas de mortes e uma crise humana, com a fuga de centenas de milhares de pessoas.
“Rezo por todas as vítimas, pelos deslocados, pelos reféns que espero que sejam imediatamente libertados, e espero que este grande e desnecessário sofrimento gerado pelo ódio e pela vingança termine em breve”, declarou o Papa, no tradicional encontro de oração com peregrinos, reunidos na Praça de São Pedro.
Francisco sustentou que “a guerra é uma ilusão, é uma derrota, nunca trará a paz, nunca trará a segurança, é uma derrota para todos, sobretudo para os que se julgam invencíveis”.
“Por favor, parem”, apelou.
Dois dias após ter-se encontrado com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o Papa defendeu a necessidade de “não deixar os ucranianos morrerem de frio” e “acabar com os ataques aéreos contra a população civil, que é sempre a mais afetada”.
“Chega de mortes de inocentes”, declarou.
OC