Médio Oriente: Papa denuncia «ódio fanático» do terrorismo

Comunidade internacional tem de encontrar «estratégias válidas» para a paz

Cidade do Vaticano, 26 out 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje os membros do Sínodo da Igreja Caldeia e destacou que a situação no Médio Oriente “está gravemente comprometida pelo ódio fanático”, pedindo que a comunidade internacional “adote estratégias válidas” para a paz.

“A vossa visita permite-me renovar o apelo urgente à comunidade internacional para que adote estratégias eficazes para promover a paz em países terrivelmente devastado pelo ódio, para trazer o sopro de amor a lugares que têm sempre sido uma encruzilhada de povos, culturas e nações”, disse Francisco, na audiência desta manhã.

Para o Papa, a “desejada” paz pode surgir no horizonte da história para que os “dramas trágicos da violência” deem lugar a um “clima de convivência mútua”.

Neste contexto, denunciou que a situação no Médio Oriente está “gravemente prejudicada pelo ódio fanático do terrorismo” que continua a ser o motivo da “hemorragia maciça dos fiéis que se afastam das terras onde cresceram profundamente enraizadas na tradição”.

Aos participantes do Sínodo da Igreja Caldeia, Francisco assinalou que esta realidade “mina” a presença cristã que é “vital” na terra que viu Abraão começar a sua viagem, onde foram fundadas as “primeiras Igrejas no sangue de tantos mártires”, e na qual os cristãos contribuíram para o desenvolvimento da sociedade com “séculos de coexistência pacífica com os irmãos que seguem o Islão”.

“Infelizmente, os nossos tempos são marcados por inúmeros exemplos de perseguição, até o martírio”, acrescenta, no discurso publicado pela Sala de Imprensa do Vaticano.

Neste contexto, Francisco confirmou, “agora mais do que nunca, todo o apoio e solidariedade” da Santa Sé à Igreja Caldeia que “sofre” por causa da guerra e também “conhece as necessidades” dos fiéis da diáspora que sentem o “desejo de permanecer firme nas suas raízes e inserir-se nos novos contextos”.

Aos presentes exortou que trabalhem “incansavelmente como construtores de unidade” em todas as províncias do Iraque, na promoção do diálogo e da cooperação entre todos os envolvidos na vida pública “ajudando a curar as divisões que surgem e a prevenir outras”.

O Papa desejou que a Misericórdia de Deus, na iminência do Ano Jubilar, “cure as feridas da guerra que causam chagas no coração” desta comunidade, para que ninguém perca a coragem quando “os clamores da violência parecem superar as orações pela paz”.

O Sínodo da Igreja Caldeia reúne 21 bispos que são responsáveis pelas dioceses caldeias no Iraque, no Médio Oriente  e na diáspora – Estados Unidos, Canadá e Austrália.

CB/OC

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