Francisco recebeu delegação do Líbano, quatro anos após explosão no Porto de Beirute
Cidade do Vaticano, 26 ago 2024 (Ecclesia) -O Papa condenou hoje as mortes de “inocentes” no Médio Oriente, apelando ao fim da guerra na região, ao receber uma delegação do Líbano, quatro anos após explosão no Porto de Beirute.
“Convosco sinto a dor de continuar a ver morrer, todos os dias, tantos inocentes, por causa da guerra na vossa região, na Palestina, em Israel, e o Líbano paga o preço. Todas as guerras deixam o mundo pior do que o encontraram”, disse Francisco, numa intervenção divulgada pelo Vaticano.
“A guerra é sempre um fracasso, um fracasso da política, um fracasso da humanidade, uma rendição vergonhosa, uma derrota perante as forças do mal”, acrescentou.
A fronteira entre Israel e o Líbano vive um momento de tensão, perante o agravamento do conflito na região, com a morte de pelo menos 629 pessoas, a maior parte das quais no lado libanês e nas fileiras do Hezbollah.
Convosco imploro do Céu a paz que os homens demoram a construir na terra. Imploro-a para o Médio Oriente e para o Líbano. O Líbano é, e deve continuar a ser, um projeto de paz. Não esqueçamos o que disse um Papa [João Paulo II, ndr] ‘O Líbano é uma mensagem, e esta mensagem é um projeto de paz’”.
No dia 4 de agosto de 2020, um incêndio eclodiu no Porto de Beirute, provocando a morte de 220 pessoas e mais de 6500 feridos, além de elevados danos materiais na capital libanesa.
Francisco recebeu familiares das vítimas da explosão, a quem manifestou a sua “proximidade”.
“Rezei muito por vós e pelos vossos entes queridos, e ainda rezo, unindo as minhas lágrimas às vossas”, declarou.
O Papa disse que os familiares precisam de “verdade e justiça” sobre o que aconteceu, apesar de reconhecer que a questão é “complicada e espinhosa”.
“A verdade e a justiça devem prevalecer sobre tudo”, insistiu, referindo que quatro anos depois, o povo libanês tem “direito a palavras e factos que demonstrem responsabilidade e transparência”.
“Não estais sós e não cos deixaremos sós, mas permaneceremos solidários através da oração e da caridade concreta”, apontou.
OC