Médio Oriente: «Jerusalém é uma cidade que pertence a dois povos e a três credos» – Custódio da Terra Santa

Frei Francesco Patton comentou para a Agência ECCLESIA mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém

Lisboa, 10 dez 2017 (Ecclesia) – O custódio da Terra Santa disse à Agência ECCLESIA que “Jerusalém é uma cidade de dois povos e três credos” e que as decisões sobre ao seu futuro devem ser tomadas com “prudência e sabedoria”.

“Tem de se encontrar o modo de mostrar que Jerusalém é uma cidade que pertence a dois povos e a três credos”, disse frei Francesco Patton em Lisboa, no contexto da celebração dos 50 anos da igreja do Seminário da Luz, dos franciscanos.

Para o custódio da Terra Santa, Jerusalém “não uma cidade dividida, mas partilhada” e é necessário encontrar formas de nela poderem “viver em paz” hebreus e palestinianos” e “rezar em paz” quem pertence à religião hebraica, cristã e muçulmana.

Para frei Francesco Patton, a decisão de mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém por Donald Trump deve ser tomada, como disse o Papa Francisco, com “prudência e sabedoria”.

“Eu não tenho mais nada a dizer”, referiu o custódio da Terra Santa, afirmando que prudência não é “ter medo”, mas “capacidade de saber valorizar, muito bem, qual a palavra a dizer, o que fazer, a opção a tomar.

“Todos nós podemos modificar decisões tomadas e modificar palavras ditas”, considerou frei Francesco Patton, acrescentando que “é necessário procurar sempre ajudar num processo que é já muito difícil e frágil, o processo da paz em todo o Médio Oriente”.

“Não é só uma questão entre Israel e a Palestina”, lembrou.

O custódio da Terra Santa sugeriu aos intervenientes na decisão de mudança da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém e nas questões relacionadas com a paz na região que “saibam olhar longe” e não atuem apenas por causa de “interesses a curto prazo” ou “de uma parte”.

O franciscano, eleito no último Capítulo Geral da congregação para coordenar os trabalhos da Custódia da Terra Santa disse que o processo de paz só será duradouro se as partes envolvidas  se depararem com “um acordo justo” e que “não humilhe” e constitua “uma vantagem para todos”.

O custódio da Terra Santa espera que os peregrinos não desistam de visitar a região e que ajudem a “superar” os conflitos entre as partes.

“Esperemos que não aconteçam atos de violência excessiva e por muito tempo, que os peregrinos venham e que a sua vinda contribua para superar este tipo de situações”, afirmou.

Frei Francesco Patton participou na celebração dos 50 anos da igreja do Seminário da Luz, dos franciscanos, esta sexta-feira, onde foi inaugurada uma exposição sobre a Terra Santa, e onde fez uma conferência sobre o cristianismo na região, este sábado.

PR

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Agência ECCLESIA

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