Médio Oriente: Igreja vive dia de oração e jejum pela paz, por iniciativa do Papa

Católicos portugueses unem-se ao apelo de Francisco

Foto. Lusa/EPA

Lisboa, 07 out 2024 (Ecclesia) – A Igreja Católica vive hoje um dia de oração e jejum pela paz, convocado pelo Papa Francisco perante o agravamento de vários conflitos no mundo, iniciativa a que os bispos portugueses se associam em todo o país.

A jornada foi convocada na última quarta-feira, durante a Missa de abertura da XVI Assembleia Geral do Sínodo, na Praça de São Pedro, quando o Papa alertou para o cenário “dramático” da guerra.

Já este domingo, Francisco apelou a um cessar-fogo “imediato” no Médio Oriente, que ponha fim aos ataques entre Israel, Palestina, Líbano e Irão.

“Apelo à comunidade internacional para que ponha fim à espiral de vingança e para que impeça ataques como o que foi levado a cabo pelo Irão há alguns dias, que podem mergulhar aquela região numa guerra ainda maior”, acrescentou, antes da recitação do ângelus.

O dia 7 de outubro, memória litúrgica de Nossa Senhora do Rosário, marca também o primeiro aniversário do ataque terrorista do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, que fez mais de mil mortos, na maioria civis, e 251 reféns.

Em retaliação, Israel iniciou operações contra o Hamas na Faixa de Gaza, provocando pelo menos 41 467 mortos e 95 900 feridos, além de mais de 10 mil desaparecidos, segundo números do Ministério da Saúde local.

Já na última semana, Israel iniciou uma incursão terrestre no Líbano contra o grupo militante Hezbollah, após uma série de bombardeamentos e ataques recíprocos na fronteira entre os dois países.

Na tarde deste domingo, o Papa presidiu à recitação do Rosário na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, rezando pela paz num “mundo em perigo”.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) uniu-se ao apelo do Papa para a celebração de um dia de oração e jejum “pela paz, pela fraternidade, pela capacidade de encontrar caminhos juntos”.

D. José Ornelas pediu, em declarações à Agência ECCLESIA, que os responsáveis internacionais encontrem soluções “sem ter de recorrer às armas”, que são “sempre a ausência de caminhos verdadeiramente humanizadores” e se traduzem sempre em “desastres absolutos”.

Também o vice-presidente da CEP, D. Virgílio Antunes, presente no Vaticano, se uniu ao apelo do Papa: “Queremos estar solidários com uma causa que é da humanidade toda e que nos toca tanto a nós também, enquanto cristãos e enquanto portugueses”.

O responsável católico recordou os “povos que sofrem e que morrem”, desejando que o mundo “se possa converter, mudar de atitude”.

Já o cardeal D. Américo Aguiar, que também participa na Assembleia Sinodal, pediu que todos se unam à oração do Papa, “cada um, independentemente do sítio onde estiver”, para pedir a Deus o “dom da paz”.

“Não podemos continuar a ver a guerra em direto na televisão, a mudar de canal para o futebol ou para a novela, e está tudo bem: não está tudo bem. O que está a acontecer na terra de Jesus, na terra que chamamos santa, não pode acontecer. Não pode continuar esta guerra sem limites, sem coração, sem humanidade”, indica o bispo de Setúbal.

OC

Portugal: Bispos convocam dioceses para se unirem à jornada de oração e jejum pela paz

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