Sacerdote da Diocese de Setúbal viveu em Jerusalém, como estudante de Sagrada Escritura
Lisboa, 13 out 2023 (Ecclesia) – O padre Daniel Nascimento, professor de Sagrada Escritura na Universidade Católica Portuguesa, afirmou que a Igreja Católica tem tido, ao longo do tempo, a “missão bonita” de oferecer “horizontes de esperança” aos jovens israelitas.
O sacerdote da Diocese de Setúbal e novo assistente nacional do Escutismo Católico em Portugal, admitiu à Agência ECCLESIA que, num futuro próximo, parece não existir “uma solução política” à vista para permitir a convivência e o diálogo entre povos de Israel e da Palestina.
Ainda assim, o docente da UCP partilha a visão de que a Ordem dos Franciscanos, o Patriarcado Latino de Jerusalém e outras congregações religiosas têm um papel de apoio aos jovens naquela região afetada pelo conflito, “um bocadinho encurralados”, “presos”, “sem grande visão de emprego”, de “desenvolvimento pessoal” ou “profissional”.
“Israel como país tem uma história bastante complexa, desde o século XIX, e até à fundação do Estado de Israel, em 1948, e aqui conjugam-se sensibilidades que estão muitas vezes afastadas da religião”, explica o entrevistado na emissão desta sexta-feira do Programa ECCLESIA, na RTP2.
O padre Daniel Nascimento viveu em Jerusalém, Israel, de 2016 a 2020, para aprofundar os seus estudos, num cenário “de relativa tranquilidade”.
“O dia a dia vai correndo. É verdade que volta e meia há episódios de um ataque ali a forças militares, mas que é prontamente resolvido. Há grupos de jovens ou de miúdos que lançam pedras contra a polícia, de um lado para o outro do muro, mas isso também é velozmente resolvido”, relata.
“É uma realidade um pouco paradoxal, porque vamos vendo aqui e ali episódios de alguma tensão, mas vivendo ali, vive-se numa certa tranquilidade e numa convivência que vai sendo possível, apesar de todas essas coisas”, acrescenta o sacerdote português.
O Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou no último sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”; em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestino, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
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