Santa Sé abandonou intenção de levar delegação de bispos e diplomatas a Damasco
Cidade do Vaticano, 07 nov 2012 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje que o enviado de Bento XVI ao Líbano para coordenar a ação humanitária da Igreja na Síria, vai levar um donativo de 1 milhão de dólares (cerca de 780 mil euros) para as populações.
O montante foi recolhido durante o último Sínodo dos Bispos (7-28 de outubro, Vaticano) e conta com uma contribuição pessoal de Bento XVI, revelou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
“Esta iniciativa, de natureza humanitária e eclesial, vai contribuir para aliviar a situação dos que sofrem por causa da atual crise e quer levar as partes envolvidas – bem como todos os que têm o bem da Síria no coração – à busca de uma solução equitativa e pacífica para o conflito”, refere a nota oficial, divulgada na internet.
O porta-voz do Vaticano recordou que a Santa Sé “interveio várias vezes” desde o início do conflito em favor de uma “solução pacífica” e que o Papa “pediu repetidamente que se interrompesse a espiral da violência”.
O comunicado precisa qual vai ser a missão de D. Robert Sarah, presidente do Conselho Pontifício ‘Cor Unum’, que a partir de hoje e até sábado vai estar no Líbano por decisão de Bento XVI, que o próprio anunciou esta manhã.
O cardeal Sarah partiu rumo ao Líbano com a missão de “manifestar a sentida participação da Santa Sé e de toda a Igreja” no processo de pacificação da Síria” e “reforçar o compromisso humanitário da Igreja Católica na região”.
A intenção original do Papa e do Vaticano era a de enviar uma delegação a Damasco, com um grupo de representantes dos participantes no último Sínodo dos Bispos para “exprimir a solidariedade do Santo Padre” à população síria e a “proximidade espiritual às comunidades cristãs do país”.
“Várias circunstâncias e desenvolvimentos não permitiram o desenvolvimento da missão nas modalidades previstas”, admitiu o padre Lombardi.
No programa do enviado especial ao Líbano estão encontros com representantes cristãos e grupos de refugiados sírios.
Esta quinta-feira, o cardeal Sarah vai presidir a um encontro de coordenação com as organizações católicas que atuam na Síria e nos países vizinhos para “identificar as maiores áreas de intervenção” e promover um “compromisso reforçado” em favor das populações.
A violência na Síria já provocou a morte de cerca de 35 mil pessoas, na maioria civis, segundo dados do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental.
Os conflitos surgiram após a repressão dos protestos populares contra o regime de Bashar al-Assad que tiveram início em março de 2011.
O Conselho Pontifício ‘Cor Unum’ [um só coração, em português], instituído em 1971 por Paulo VI, é o organismo executivo dos Papas quando empreendem iniciativas humanitárias em caso de calamidade ou no âmbito da promoção humana.
OC