Médio Oriente: Enviado do Papa à região impressionado com refugiados sírios

Cardeal Robert Sarah esteve no Líbano para coordenar a ação humanitária da Igreja Católica

Cidade do Vaticano, 12 nov 2012 (Ecclesia) – O cardeal Robert Sarah, enviado do Papa ao Líbano para coordenar a ação humanitária da Igreja na Síria, manifestou-se impressionado com os “sofrimentos inauditos” dos refugiados.

“Uma mãe queria confiar-me o filho de 4 meses, porque deixou o marido na Síria e não sabe quando o voltará a ver; alguns refugiados cristãos pediram-me para solicitar ao Papa que os ajude a voltar a casa”, disse ao jornal do Vaticano o presidente do Conselho Pontifício ‘Cor Unum’, após o regresso da visita quatro dias, entre quarta-feira e sábado.

Segundo o cardeal africano, que esteve perto da fronteira entre o Líbano e a Síria, a Igreja Católica procura “garantir a sobrevivência” da população atingida pelo conflito que se iniciou em março de 2011, após a repressão dos protestos populares contra o regime de Bashar al-Assad.

O enviado do Papa reuniu-se com representantes de 26 organizações de caridade, membros das Igrejas locais e os representantes diplomáticos da Santa Sé em Damasco e Beirute.

Segundo o jornal do Vaticano, a viagem procurou “reafirmar a proximidade da Igreja às populações atingidas pelo novo conflito que ameaça comprometer o equilíbrio já precário da região”.

O cardeal Sarah levou um donativo de 1 milhão de dólares (cerca de 780 mil euros) para as populações, montante recolhido durante o último Sínodo dos Bispos (7-28 de outubro, Vaticano), com uma contribuição pessoal de Bento XVI.

O representante do Papa esteve no Líbano com a missão de “manifestar a sentida participação da Santa Sé e de toda a Igreja” no processo de pacificação da Síria” e “reforçar o compromisso humanitário da Igreja Católica na região”.

A intenção original era a de enviar uma delegação a Damasco, com um grupo de representantes dos participantes no último Sínodo dos Bispos e da diplomacia da Santa Sé para “exprimir a solidariedade do Santo Padre” à população síria e a “proximidade espiritual às comunidades cristãs do país”.

“Várias circunstâncias e desenvolvimentos não permitiram o desenvolvimento da missão nas modalidades previstas”, admitiu o padre Lombardi, porta-voz do Vaticano.

A violência na Síria já provocou a morte de cerca de 35 mil pessoas, na maioria civis, segundo dados do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental.

O Conselho Pontifício ‘Cor Unum’ [um só coração, em português], instituído em 1971 por Paulo VI, é o organismo executivo dos Papas quando empreendem iniciativas humanitárias em caso de calamidade ou no âmbito da promoção humana.

OC

Partilhar:
Scroll to Top