Documento fala em «genocídio» e recorda também a situação das comunidades yasidis no território
Lisboa, 07 dez 2018 (Ecclesia) – O Congresso dos Estados Unidos da América aprovou uma lei que visa apoiar diretamente as comunidades cristãs e yasidis vítimas de genocídio no Iraque e na Síria.
Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) explica que esta nova legislação, que tem como nome ‘Lei do Socorro e Responsabilidade do Genocídio do Iraque e da Síria 2018’, “é perentória” na necessidade de “incluir aquelas duas comunidades religiosas na assistência que deve ser prestada àquela região”.
“Além do apoio assistencial, esta lei aprovada pela Câmara dos Representantes dos EUA prevê a prestação de ajuda no plano judicial, às autoridades de ambos os países, Iraque e Síria, de forma a terem capacidade para investigar e levar à Justiça os responsáveis pelos atos de violência contra as minorias religiosas”, frisa a AIS.
O próximo passo será a aprovação de legislação por parte do presidente norte-americano, Donald Trump.
A aprovação no Congresso dos EUA da ‘Lei do Socorro e Responsabilidade do Genocídio do Iraque e da Síria 2018’ foi acolhida com satisfação por várias instituições envolvidas no auxílio às comunidades cristãs e yazidis no Médio Oriente.
Como a própria Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, os Cavaleiros de Colombo, a Yezidi Human Rights Organization, e a Christian Solidarity Worldwide, entre outras organizações.
Uma das vozes mais decisivas no avanço desta lei, o congressista Chris Smith, destacou este projeto como “uma peça fundamental para evitar o desaparecimento da presença cristã nesta região do Médio Oriente”.
Aquele responsável apontou por exemplo para “a alarmante redução do número de cristãos no Iraque nos últimos anos”, em grande parte devido à ação do grupo fundamentalista armado Estado Islâmico.
Em 2002, a comunidade cristã no Iraque quase chegava ao milhão e meio de pessoas, enquanto hoje, 16 anos depois, já é inferior a 250 mil pessoas.
A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre realça que, com este apoio por parte dos Estados Unidos da América, será possível agilizar “o trabalho que já está a ser desenvolvido a nível local”, no Iraque e na Síria, “por instituições de carácter religioso” como a AIS.
Ações que envolvem o “fornecimento de assistência humanitária”, a “recuperação de casas e de infraestruturas” e a “identificação de todas as necessidades mais prementes destas comunidades religiosas minoritárias”.
O mesmo comunicado da AIS, que conta com uma delegação em Portugal, salienta o “claro compromisso” que está a ser assumido pelos EUA “na proteção e preservação das minorias religiosas no Médio Oriente”, particularmente relevante para os cristãos e também para as comunidades yasidis ali radicadas.
JCP