Médio Oriente: Conflito entre Israel e Hamas pode «incendiar toda a região», alerta Francisco

Francisco recebeu bispos da Terra Santa, lamentando «imenso sofrimento e a disseminação de sentimentos de ódio e ressentimento»

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 28 ago 2024 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje, no Vaticano, para o risco de o conflito entre Israel e Hamas “incendiar” o Médio Oriente, falando perante os membros da Conferência Episcopal Latina nas regiões árabes.

“O conflito, em vez de encontrar uma solução equitativa, parece estar a tornar-se crónico, com o risco de se alastrar e incendiar toda a região. Esta situação causou milhares e milhares de mortos, uma enorme destruição, um imenso sofrimento e a disseminação de sentimentos de ódio e ressentimento, que preparam o terreno para novas tragédias”, advertiu, numa audiência que decorreu esta manhã.

Francisco assumiu que o Médio Oriente está a viver “momentos de tensão muito forte, que nalguns contextos conduzem a confrontos abertos e a flashes de guerra”.

Militantes liderados pelo movimento palestino Hamas sequestraram cerca de 250 pessoas no ataque ao território israelita, a 7 de outubro de 2023, no qual foram mortas cerca de 1200 pessoas, a maioria civis.

Após o ataque, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que já provocou mais de 40 mil mortos, na sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do enclave, governado pelo Hamas.

O Papa desafiou os bispos católicos a manter viva a “esperança” na região.

Sede vós mesmos, para todos, sinais de esperança, uma presença que alimenta palavras e gestos de paz, de fraternidade, de respeito. Uma presença que, por si só, convida à razão, à reconciliação, a superar com boa vontade divisões e inimizades estratificadas e endurecidas ao longo do tempo, que se tornam cada vez mais inextricáveis”.

A intervenção de Francisco, divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, sublinhou a importância da formação dos alunos das escolas públicas, em contextos onde a presença cristã é minoritária.

“Esta formação é de grande importância, para que os conteúdos da fé sejam conhecidos e acompanhados pela reflexão, e para que a fé, no confronto com a cultura, se fortaleça e tenha os meios para dar razões de esperança cristã”, precisou.

OC

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Agência ECCLESIA

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