Médio Oriente: Confederação internacional da Cáritas condena recomeço dos ataques aéreos em Gaza

Organização católica pede «cessar-fogo imediato» para evitar mais mortes de civis

Foto: Lusa/EPA

Roma, 18 mar 2025 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas condenou hoje o recomeço dos ataques aéreos de Israel, em Gaza, e apelou a um “cessar-fogo imediato” para evitar mais mortes de civis.

“A Cáritas condena veementemente o recomeço dos ataques aéreos em Gaza, que resultaram na morte de mais de 400 pessoas e feriram centenas de outras. Esta é a maior escalada de violência desde o cessar-fogo de janeiro e, mais uma vez, mergulhou os civis no medo, no sofrimento e na deslocação”, indica uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

Segundo a ‘Caritas Internationalis’, os novos bombardeamentos constituem “uma grave violação do direito internacional humanitário”.

“Apelamos urgentemente ao restabelecimento imediato do cessar-fogo para evitar mais perdas de vidas e proteger a dignidade e a segurança de todos os civis. A proteção de vidas inocentes deve ser a principal prioridade”, acrescenta o comunicado.

A situação é ainda agravada por um bloqueio total da ajuda humanitária e pelo encerramento contínuo da passagem de Rafa desde 2 de março, o que aumenta o risco de fome em massa em Gaza. Este facto, combinado com os ferimentos físicos e os efeitos na saúde mental, já criou uma crise sanitária que levará décadas a ultrapassar”.

Alistair Dutton, secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’, recorda que as condições em Gaza “já eram uma catástrofe humanitária extrema, com as pessoas a viverem na fome, sem comida, água, abrigo, esgotos ou quaisquer serviços básicos fiáveis”.

“O bloqueio da ajuda e os novos ataques irão agravar dramaticamente a situação. A Cáritas apela a um cessar-fogo imediato e a um acesso humanitário sem restrições, e insta todas as partes em conflito e toda a comunidade internacional a darem prioridade imediata a esta questão. Cada momento que passa sem ação custa mais vidas inocentes”, acrescentou, em declarações enviadas aos jornalistas.

A Cáritas insta todas as partes, em especial o Estado de Israel, a “cessarem imediatamente as hostilidades”.

“Os civis nunca devem ser alvos. A proteção de vidas humanas e a restauração do acesso humanitário devem ser as principais prioridades”, indica a organização católica de solidariedade e ação humanitária.

A ‘Caritas Internationalis’ é uma confederação de 162 organizações católicas nacionais de assistência, desenvolvimento e serviços sociais que atuam em mais de 200 países e territórios, incluindo Portugal.

A segunda fase do cessar-fogo em Gaza deveria ter começado no passado dia 2 de março, mas Israel e o Hamas nunca chegaram a acordo sobre os termos.

OC

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