Médicos Católicos da Europa reunidos em Portugal

A Comissão Executiva da Federação Europeia da Associação dos Médicos Católicos (FEAMC) reuniu hoje em Lisboa para, entre outras coisas, discutir questões questões de âmbito social, cultural e éticas relacionadas com o exercício da medicina e com o valor da vida humana. Alexandre Laureano Santos, vice-presidente da FEAMC, refere à Agência ECCLESIA que a cultura contemporânea tende a ser “fragmentada”, com uma visão “incompleta do homem”, subordinando a “natureza das coisas a questões de conveniência”. Este responsável lembra, por exemplo, “a longa tradição de não se praticar abortos, entre os médicos, excepto em casos de risco para a mãe”, algo que agora é contrariado pela “lei positiva”. Em Portugal, esta questão leva mesmo a conflitos entre e legislação e o Código Deontológico, algo que merece “discussão” sem esquecer que a ética individual “é anterior à lei”. Os presentes falaram ainda da necessidade de fazerem ouvir a sua voz junto da opinião pública, em especial nos meios de comunicação social, mesmo quando a opinião proferida for “minoritária” em relação à sociedade contemporânea. “Temos obrigação de estar abertos para as opiniões da Igreja e estar presente na cultura dos nossos dias”, assinala Laureano Santos. A reunião que hoje decorreu em Lisboa visou discutir o programa do congresso da FEAMC que irá decorrer em Gdansk, Polónia, de 11 a 14 de Setembro de 2008, subordinado ao tema “A Lei Natural e as Leis Instituídas na Medicina Europeia Contemporânea”. A FEAMC congrega médicos de 27 de nacionalidades e de diferentes especialidades. A Albânia já manifestou o desejo de se integrar nesta Federação. A instituição da Federação Europeia das Associações dos Médicos Católicos correspondeu a um desejo manifestado pelo Papa Leão XIII no sentido de criar uma instituição no âmbito da Igreja que congregasse os médicos católicos de vários países da Europa, de modo a contribuir para a reflexão cristã dos temas ligados às ciências da saúde e à pastoral dos doentes, como o da “dignidade humana e os cuidados de saúde”, a “sexualidade humana”os “cuidados de saúde no início e no termo da vida humana”, a “manipulação da vida humana no seu início”, o “estatuto do embrião humano”, o diagnóstico pré-natal, a “relação da medicina com os vários poderes instituídos”, os “transplantes de órgãos”, a “mercantilização da medicina e as intervenções dos estados”, os “direitos e os deveres dos doentes”, o “aborto” e a “eutanásia” nos vários países da Europa.

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