Media: «Vamos entrar em 2022 com uma tempestade perfeita» – Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa (c/vídeo)

Ano da Imprensa Regional mostra as dificuldades dos media locais

Lisboa, 06 dez 2021 (Ecclesia) – Os presidentes da Associação Portuguesa de Imprensa e da Associação Portuguesa de Imprensa de Inspiração Cristã evocaram a importância da imprensa regional e local, em tempo de pandemia, alertando que o ano de2022  vai trazer uma “tempestade perfeita”.

“A pandemia veio alicerçar os valores da importância de erguer o jornalismo local e regional e isso foi procurado pelas próprias comunidades locais porque, num período tão difícil, que foi o início da pandemia e que está a ser, as comunidades locais buscaram na informação regional e local a informação certificada e jornalística, esse apoio importante que de outra forma não teriam e não tiveram em termos nacionais porque obviamente era insubstituível o papel da Imprensa Regional”, refere Paulo Ribeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa de Inspiração Cristã, em declarações à Agência ECCLESIA.

O entrevistado do programa ECCLESIA desta segunda-feira, na RTP 2, destaca ainda a importância da imprensa regional ao nível da diáspora, onde os “emigrantes queriam encontrar informação local sobre a comunidade de origem” e foi na imprensa regional que tiveram resposta.

As duas associações promoveram, em 2021, o Ano da Imprensa Regional sob o tema “Todos Precisamos da Imprensa Regional”, e uma das ações foi a exigência do cumprimento de lei da publicidade institucional, “uma boa medida que não foi perfeita mas que permitiu que houvesse uma verba” para esta imprensa e que mostrou que o “Estado estava preocupado com a comunicação social”.

“Devido a discussão política lá estamos outra vez sem nada, este é o exemplo de como uma boa ideia pode morrer depois de ser aplicada”, alerta o responsável.

João Palmeiro, Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, recorda que a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu recomendam que, de “forma transparente, o Estado apoie os media dos seus países”.

“Eu costumo dizer que vamos entrar em 2022 com uma tempestade perfeita: o aumento de preço de papel, o aumento dos custos de distribuição e o aumento dos custos laborais em que mais não seja por efeito do impacto do aumento do salário mínimo nacional, isso não é possível de forma nenhuma”, explica.

Com a diminuição ou desaparecimento do número de títulos regionais e locais, os responsáveis alegam que, segundo alguns estudos, leva a que em “determinadas regiões os cidadãos se desinteressam pela cidadania e vida política”.

“Temos vindo a alertar para este problema que é quando desaparece um jornal é um pouco a democracia também que fica de lado e a nossa preocupação ao lançar juntamente com a Associação Portuguesa de Imprensa este ano da Imprensa Regional foi para comprovar que efetivamente todos nós precisamos da imprensa regional”, diz Paulo Ribeiro.

PR/SN

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Agência ECCLESIA

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