Rui Osório completa 50 anos de ordenação sacerdotal no dia 2 de agosto
Lisboa, 28 jul 2014 (Ecclesia) – O cónego Rui Osório da Diocese do Porto celebra, a 02 de agosto deste ano, 50 anos de ordenação presbiteral e contou à Agência ECCLESIA episódios da sua vida, a maior parte deles centrados no jornalismo.
Desempenhou várias funções no «Jornal de Notícias» “menos um, mas de propósito”, disse.
Reconhece que foi convidado para ser director de vários jornais, mas nunca esqueceu uma frase de D. António Ferreira Gomes: “O senhor nunca se ponha em bicos de pés para ser director de um jornal laico porque isso é clericalismo”.
Este sacerdote desempenhou várias funções no Jornal de Notícias, local onde trabalhou até 2005, e relatou que a opção em ser padre foi “íntima e pessoal” e mesmo aqueles que o rodeavam “não esperavam por isso”.
“Ninguém acreditava muito que aquele menino traquina” e “brincalhão” escolhesse a vida sacerdotal.
Natural de Vila Nova de Gaia (Diocese do Porto), o então menino Rui Osório ouve relatos “cheios de entusiasmo” de um amigo (tinha feito a escola primária com ele) que estudava no Seminário do Porto e do parque desportivo do Colégio da Formiga, em Ermesinde.
O lado desportivo pesou na decisão de ir para o seminário e até ao quinto ano, o agora cónego Rui Osório só “tinha uma preocupação: não reprovar nenhum ano porque em casa não havia tradição de reprovações”.
“Sem grande aplicação no estudo”, o jovem Rui Osório nunca reprovou nenhum ano, confessou à Agência ECCLESIA.
Considerava-se “envergonhado” e “um bocado tímido”, o jovem Rui Osório tentava sempre “evitar as orais” porque “tinha vergonha de falar” em público.
Ao longo dos 12 anos de internato, o menino que se tornou adulto foi reflectindo sobre a sua vocação e foi dando sinais positivos ao chamamento para o sacerdócio.
Ordenado em 1964, o padre Rui Osório começou a ganhar o gosto pela área da comunicação social nos últimos anos de estudante e até teve, durante dois anos, semanalmente, um programa na Rádio Renascença.
Este programa radiofónico era gravado e transmitido, às quartas-feiras, na hora de almoço.
“Estava nos últimos dois anos lectivos de Teologia e, enquanto se almoçava, os professores e colegas ouviam o programa: um teste todas as semanas”, disse.
Ainda estudante começou a “escrever prosa para alguns jornais” e os documentos do II Concílio do Vaticano foram objecto de muitas crónicas deste estudante de Teologia e jovem padre.
Devido ao impacto do documento conciliar «Inter Mirifica», D. Florentino Andrade e Silva, na altura administrador apostólico do Porto devido ao exílio de D. António Ferreira Gomes, pediu-lhe para estudar jornalismo.
Depois da formação em Espanha e cerca de um ano após a vinda do padre Rui Osório vem do exílio o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes.
Uma das “primeiras iniciativas foi a criação do semanário da Diocese do Porto, a Voz Portucalense” que teve como um dos fundadores o então jovem padre Rui Osório.
Esteve vários anos neste jornal e lutou com o chamado lápis azul antes da revolução de Abril.
Com o consentimento de D. António Ferreira Gomes, o padre e jornalista resolve profissionalizar-se e consegue trabalho no «Jornal de Notícias» em 1977.
Depois das conversas com o bispo do Porto, o padre Rui Osório solicita-lhe um trabalho pastoral – ficou como assistente diocesano da Acção Católica – e disse-lhe que a partir daquele momento, o seu ministério sacerdotal “é inteiramente gratuito”, frisou.