Media: «Que a comunicação seja o melhor veículo para ser uma Igreja em saída» – secretário do Dicastério para a Comunicação

Vaticano promoveu conferência internacional que apontou para a possibilidade de recomeçar no contexto do Jubileu, num trabalho em rede

Cidade do Vaticano, 29 jan 2025 (Ecclesia) – O Dicastério para a Comunicação, da Santa Sé, promoveu uma conferência internacional com responsáveis pelas estruturas do setor nos vários países que apelou a um trabalho em rede, contando histórias, como meio de ser “uma Igreja em saída”.

“Que a comunicação seja o melhor veículo para ser uma Igreja em saída”, afirmou o secretário do Dicastério para a Comunicação aos participantes, no fim da conferência.

Foto Agência ECCLESIA/PR, monsenhor Lucio Ruiz

Monsenhor Lucio Ruiz sublinhou que “saindo deste lugar, desde evento, deste jubileu”, a “palavra de ordem” deve ser “missionar, missionar e ainda missionar”.

O secretário do Dicastério para a Comunicação pediu aos participantes para “sonharem em conjunto”, manifestando esperança na cultura mediática atual, criando “espaço, lugar, dinâmicas, realidades que sejam verdadeiramente novas”.

“Continuamos a missionar, a sair da nossa zona de conforto para ir ao encontro dos irmãos e irmãs feridos nos caminhos da nossa cultura e ser aí bons samaritanos, que oferecem a esperança, Jesus”, disse o monsenhor Lucio Ruiz.

Na apresentação de conclusões, propostas a partir do debate em 13 grupos, os participantes valorizaram a necessidade de “contar histórias” como “instrumento de evangelização essencial no ambiente digital” e de forma profissional.

Promover trabalho em rede e “iniciativas concretas” que possam dar continuidade ao encontro entre responsáveis pela comunicação nas conferências episcopais e nas congregações religiosas, de forma virtual ou presencial, por regiões, continentes ou globais, foram propostas deixadas por diferentes grupos.

Refletir sobre a inteligência artificial e as potencialidades e os desafios para a comunicação é uma necessidade que emerge do debate realizado durante três dias.

Os participantes na conferência internacional sugeriram também que o Dicastério para as Comunicação garanta a comunicação na rede dos responsáveis de comunicação da Igreja Católica, enquanto “gestores da mudança”.

O prefeito do Dicastério para as Comunicação, valorizou o facto do encontro ter identificado conclusões “em conjunto” e apontou para a possibilidade de “recomeçar no contexto do Jubileu”, colocando as estruturas da Santa Sé ao “serviço da Igreja universal, de todas as conferências episcopais e congregações religiosas”.

Paolo Ruffini indicou alguns serviços do Vaticano no âmbito da comunicação, nomeadamente o portal institucional da Cúria Romana, vatican.va, o portal de notícias em 50 línguas Vatican News, o jornal L’Osservatore Romano, a presença nas redes sociais (nomeadamente 15 canais no youtube), a distribuição de um número de fotografias para os meios de comunicação da Igreja, o projeto “Ninguém excluído”, a Rádio Vaticano e ferramenta Vatican Vox.

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Nuno Brás, valorizou o facto de, “pela primeira vez”, se encontrarem os presidentes e das comissões episcopais de comunicação de todo o mundo.

“Não me recordo de um encontro como este. Se daqui surgir um encontro dos falantes de língua portuguesa, isso será ótimo, no sentido de fazermos uma ‘CPLP’, também das comissões episcopais de comunicação social”, afirmou.

Foto Agência ECCLESIA/HM, D. Nuno Brás

Para D. Nuno Brás, a reunião dos “vários países da língua portuguesa” vai dar “obviamente” um “outro peso diante da própria Santa Sé” à língua portuguesa.

O presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais de Portugal referiu também os três desafios apresentados pelo Papa Francisco – “narrar a verdade, ser verdadeiro e ser narrador de esperança” – referindo que são “muito importantes para todos os comunicadores”.

D. Nuno Brás afirmou ainda a relevância da publicação do documento sobre a inteligência artificial, esta terça-feira, lembrando que a “relativa”, indicando que “não pode ser tomada como um Deus”.

“É importante vermos que o ser humano é ser humano e não é uma máquina”, afirmou.

D. Nuno Brás, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, participou na conferência promovida pelo Dicastério para a Comunicação com D. Joaquim Dionísio e Paulo Rocha, respetivamente membro e secretário daquela comissão, assim como o padre Manuel Barbosa, secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, e Anabela Sousa, do Gabinete de Comunicação da CEP.

A conferência promovida pelo Dicastério para a Comunicação do Vaticano, que termina esta quarta-feira, iniciou após a celebração do Jubileu do Mundo da Comunicação, que decorreu entre os dias 24 e 26 de janeiro.

“Peregrinos de Esperança” é o tema da conferência internacional, que analisou o momento mediático, apresentou projetos de comunicação em curso em várias partes do mundo e promoveu a escuta e o debate entre os participantes com o propósito de indicar pistas para a ação do Dicastério para a Comunicação, na Santa Sé, em ligação com os vários países.

PR

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