Presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença admite momento de crise
Leiria, 12 nov 2011 (Ecclesia) – O padre João Aguiar, presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença, afirmou hoje que a imprensa regional de inspiração cristã enfrenta o desafio da qualidade editorial, porque “para a qualidade há sempre lugar”.
Intervindo no 8.º Congresso da Associação de Imprensa de Inspiração (AIC) que decorre em Leiria, o antigo diretor do Diário do Minho (da diocese de Braga) referiu que estamos num “momento crítico e desafiador”.
No debate sobre “Fechar/Reinventar jornais”, que a AIC promove, o padre João Aguiar disse que o momento atual é de crise: “A digitalização e a propagação acontece em ritmos a que não nos adaptamos”.
Para além das mudanças tecnológicas rápidas, a publicação de conteúdos online “criou a ideia” de que “a informação é gratuita”, disse João Aguiar.
Diante da perda de “hegemonia” dos jornais impressos, o padre João Aguiar desafiou a AIC a enfrentar as mudanças estruturais necessárias, num contexto de alteração de comportamentos, negócios e políticas neste setor.
“Acabou o tempo de fazer de conta e para quem está ainda a fazer de conta, acabou o tempo”, disse.
Convidado a apresentar as “potencialidades” da imprensa regional, o presidente do Conselho de Gerência da RR disse que é preciso incrementar a “colaboração e coordenação” entre os títulos da AIC.
“Precisamos de uma outra mentalidade. Esta é condição para existirmos”, defendeu.
A definição de “uma estratégia comum a todos os meios de comunicação” por parte do organismo da Conferência Episcopal Portuguesa que coordena este setor da pastoral foi também uma sugestão valorizada pelo padre João Aguiar.
“Diversificação do público”, “evitar bairrismos”, “fazer fusões” são algumas das perspetivas apontadas pelo antigo diretor do ‘Diário do Minho’.
No debate sobre “Fechar/Reinventar jornais”, o padre João Aguiar afirmou a necessidade de continuar com a imprensa de inspiração cristã, que “é essencial para a comunicação da Igreja”, referiu.
“É um pecado desistir do que estamos a fazer”, disse.
No 8º Congresso da AIC, referiu também a necessidade de existir um enquadramento da comunicação social, nomeadamente dos jornais, em toda a pastoral da diocese ou da Conferência Episcopal Portuguesa.
A imprensa regional não cumprirá o seu papel “desgarrada da pastoral” ou “dessintonizada da Igreja”, referiu.
Por parte dos leitores, alertou para a necessidade de “um apoio sem tibieza”, lendo e assinando a imprensa de inspiração cristã.
O 8.º Congresso da AIC decorre na cidade de Leira nos dias 11 e 12 de novembro, com a participação de 29 títulos dos 191 “associados ativos”.
PR
