Luísa Pinto dinamiza projeto que apresenta história de comunidades e pessoas, procurando «boas notícias»
Porto, 26 jan 2025 (Ecclesia) – A jornalista Luísa Pinto, dinamizadora do projeto ‘Rostos da Aldeia’, defendeu a necessidade de um “jornalismo lento”, que apresente histórias de comunidades e pessoas, procurando “boas notícias”.
“Vamos conseguindo ter apoios para manter um projeto como este, que permite que continue a haver este jornalismo lento, este jornalismo que dignifica, este jornalismo que ilumina”, refere a convidada da entrevista conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.
O projeto ‘Rostos da Aldeia’, assinala a entrevistada, procurar destacar “o impacto que uma boa história, uma história bem contada pode ter”.
“A nossa função, também como jornalistas, é ajudar a iluminar essas histórias positivas para que outros acreditem”, defende.
Após várias reportagens, Luísa Pinto sustenta que “ainda há vida e ainda há muita vida nestas aldeias”.
“Há pessoas que estão a regressar, estão a surgir projetos inovadores, há algum empreendedorismo”, indica a jornalista, falando em “novas comunidades que surgem, algumas multiculturais”.
“Acho que é inspirador para toda a gente perceber que há coisas boas que podem acontecer”, acrescenta.
A profissional assume o propósito de fazer “um jornalismo mais lento”, que implica passar “três, quatro, cinco dias, uma semana dentro da aldeia, a conhecer”.
“Temos sempre a expectativa de que vamos encontrar muitas outras histórias e vamos sempre com esse propósito de ouvir as pessoas”, observa.
É preciso dar voz também às coisas boas, para que cada um de nós perceba que pode também multiplicá-las”.
A jornalista sublinha que “uma das condições essenciais para que as pessoas se fixem é, de facto, haver acessibilidade”, que se alargam ao plano da comunicação, permitindo o trabalho à distância.
“Começa a perceber-se, cada vez mais, que ali também pode ser possível e ali também há uma oportunidade, há mais qualidade de vida”, indica.
Luísa Pinto destaca o “sentido de comunidade” que se descobre nas aldeias, dando como exemplo o projeto LAR, em Ima do Jarmelo, onde foram recuperadas casas que estavam abandonadas para receber famílias de migrantes, ou a associação socioterapêutica que está a acolher pessoas com multideficiência, cognitiva, física, intelectual dentro da aldeia de Cabreira do Côa, na Guarda.
A próxima reportagem vai apresentar a aldeia do Soajo, conhecida pelos espigueiros, na qual se vivem hoje portugueses de várias zonas do país, imigrantes e emigrantes que regressaram, que “querem ali testar uma nova forma de vida”.
“É ali um laboratório também, se quisermos, de tantas valências da sociedade atual e da futura e que convivem harmoniosamente”, aponta a entrevistada.
“Acho que fazem falta mais projetos como este”, conclui a entrevistada.
Milhares de jornalistas e comunicadores peregrinos, incluindo dezenas de portugueses, estão em Roma desde sexta-feira para atravessar a Porta Santa, encontrar-se com o Papa e participar em várias iniciativas religiosas e culturais.
O programa do Jubileu da Comunicação encerrou-se hoje com a Missa presidida por Francisco, na Basílica de São Pedro, assinalando ainda o VI Domingo da Palavra de Deus.
Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)