Antigo diretor das Relações Institucionais e Arquivo da RTP destaca papel do sacerdote e jornalista no «período difícil» do pós-revolução
Lisboa, 23 set 2024 (Ecclesia) – José Lopes de Araújo, antigo diretor das Relações Institucionais e Arquivo da RTP, afirmou que o padre António Rego ajudou a dar “novo rosto democrático à Igreja”, após o 25 de Abril.
“Poucas pessoas terão feito tanto pela Igreja em Portugal no período difícil do pós-revolução como o cónego António Rego”, refere, em declarações à Agência ECCLESIA.
O padre António Rego vai ser vai ser homenageado no final das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, em Fátima, esta sexta-feira, celebrando os seus 60 anos de ordenação sacerdotal; ao longo de mais de 50 anos foi também jornalista, autor de programas, apresentador e programador.
“A sua presença serena na rádio e na televisão, num período em que tudo era posto em causa, ajudaram decisivamente a dar um novo rosto democrático à Igreja”, destaca José Lopes de Araújo.
O responsável sublinha a “natural capacidade de comunicação e um profundo conhecimento teórico e prático do dispositivo audiovisual” do sacerdote e jornalista açoriano, que lhe permitiram transmitir “um rosto mais humano da Igreja e uma mensagem mais atual do Evangelho, compatíveis com uma sociedade livre e aberta”.
O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), vai promover as suas Jornadas Nacionais de Comunicação Social (JNCS), nos dias 26 e 27 de setembro, na ‘Domus Carmeli’, em Fátima, com o tema ‘Jornalismo e Inteligência Artificial’.
A homenagem ao padre António Rego, nas JNCS 2024, acontece no contexto dos 60 anos de ordenação sacerdotal e vai evocar o seu percurso de trabalho em diferentes órgãos de comunicação.
Carlos Liz e José Lopes Araújo vão participar numa tertúlia com o padre António Rego, com moderação de Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA.
“O sacerdócio interpretado por António Rego é um concentrado denso e vibrante da interação entre Deus e os homens. O padre convoca todos os recursos disponíveis para a sua missão”, salientou Carlos Liz, que foi diretor de Marketing da TVI, entre 1992 e 1996, quando o canal “4” da televisão estava ligado à Igreja Católica em Portugal.
A homenagem ao padre António Rego vai iniciar-se com uma intervenção de Isabel Figueiredo, a diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais; D. Nuno Brás, o presidente da Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais, encerra a sessão realizada nas JNCS2024.
PR/CB/OC
Natural das Capelas, na Ilha de São Miguel, onde nasceu em 1941, o padre António Rego foi ordenado sacerdote no dia 21 de junho de 1964, iniciando o seu ministério em Angra do Heroísmo, até ser enviado para trabalhar na comunicação social, em Lisboa.
Ao longo de mais de 50 anos como padre e jornalista, o padre Rego foi autor dos programas “Hoje é domingo”, “Nota do Dia”, “Meditando”, “Diálogo com os que Sofrem”, “Esquema XIII”, “Verdade e Vida”, “Andar faz caminho”, “Toda a Gente é Pessoa”, “O homem sem tempo”, “Alfa e Omega”, “70×7”, “Palavra entre palavras”, “Reflexo”, “Oitavo Dia”. Primeiro na rádio e nos jornais, na Diocese de Angra, o sacerdote trabalhou na Renascença, entre 1968 e 1975, e, até 1992, nos jornais nacionais, nos canais nacionais da rádio e na televisão públicas, no cinema, nas cooperativas audiovisuais e no Secretariado Nacional das Comunicações Sociais. Convocado desde o início para o projeto TVI, iniciou como diretor de informação da estação que começou as emissões em fevereiro de 1993 e nela continuou como coordenador de programas religiosos, da transmissão da missa e depois como autor, produtor e realizador do programa “Oitavo Dia”. O regresso à direção do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, em 1996, correspondeu também à conclusão do diálogo entre as confissões religiosas radicadas em Portugal para uma presença conjunta na rádio e na televisão públicas, com o programa “A Fé dos Homens”, primeiro na RTP2, desde 15 de setembro de 1997, e depois na Antena, a partir dia 1 de novembro de 2009. Após 23 anos de colaboração na TVI e 52 anos de trabalho pastoral realizado a partir da Diocese de Lisboa, onde se incardinou e era cónego da Sé Patriarcal, o padre António Rego regressou aos Açores em fevereiro de 2020, no início da pandemia, encontrando-se a residir com a família. |