Homenagem do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, da Conferência Episcopal Portuguesa, assinalou serviço às comunidades católicas e ao jornalismo
Fátima, 27 set 2024 (Ecclesia) – O cónego António Rego recebeu hoje uma homenagem do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, pelo seu serviço à Igreja Católica e ao jornalismo em Portugal.
A sessão, intitulada ‘António Rego: 60 anos de sacerdócio e jornalismo’, contou com uma projeção de vários dos trabalhos jornalísticos do padre António Rego, ao longo de várias décadas, na televisão portuguesa.
“A praça mais pública que havia era a televisão”, disse à Agência ECCLESIA.
O especialista disse que tentou sempre que as pessoas aderissem “sensorialmente” aos programas, como o ‘70×7’, que se mantém em emissão na RTP 2.
“Nós filmamos mais o que as pessoas fazem do que o que as pessoas dizem”, recordou.
A reportagem evocou ainda a passagem pela TVI e o papel no acompanhamento do fenómeno religioso, como um setor da sociedade com a mesma importância dos outros.
A iniciativa decorreu no final das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, em Fátima, na ‘Domus Carmeli’.
D. Rui Valério, patriarca de Lisboa, uniu-se ao momento de celebração, assinalando as décadas de trabalho do homenageado na capital portuguesa, agradecendo “tudo o que pela fez pela Igreja”.
O cardeal D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima, saudou o “sentido profundo” com que o sacerdote soube apresentar os acontecimentos e as pessoas, procurando “abrir caminhos novos à Igreja”, como “construtor de pontes”.
A sessão incluiu um momento de diálogo do padre António Rego com Carlos Liz e José Lopes de Araújo, respetivamente o antigo diretor de Marketing da TVI e o antigo diretor das Relações Institucionais e Arquivo da RTP, com moderação de Paulo Rocha, diretor da Agência ECCLESIA.
José Lopes de Araújo falou do papel do padre António, ainda por reconhecer, no período “imediatamente a seguir à revolução do 25 de Abril”.
“Sempre foi visto como um de nós”, um profissional “sério, isento, independente”, salientou, saudando ainda a sua “capacidade ecuménica”.
Carlos Liz, por sua vez, falou de uma pessoa que foi referência para o percurso de muitos católicos portugueses, saudando um “marcador” de territórios.
“Partir do grande, partir do muito grande, é algo que nem todos conseguem”, observou.
A homenagem ao padre António Rego, com a presença de dezenas de participantes, começou com uma intervenção da diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.
Isabel Figueiredo manifestou gratidão pela possibilidade de promover esta homenagem a quem procurou a “perfeição”, enquanto profissional.
“Éramos interpelados, sempre, a fazer mais e melhor”, assumiu.
Vários dos participantes foram convidados a partilhar memórias e homenagens ao padre António Rego, numa sessão encerradas por D. Nuno Brás, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
O sacerdote e jornalista açoriano foi condecorado esta quinta-feira pelo presidente da República com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Na cerimónia de entrega das insígnias honoríficas, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a comunicação “com proximidade” realizada pelo cónego António Rego, assim como a sua capacidade de dar um “conselho avisado, senatorial, prudente”.
PR/OC
Natural das Capelas, na Ilha de São Miguel, onde nasceu em 1941, o padre António Rego foi ordenado sacerdote no dia 21 de junho de 1964, iniciando o seu ministério em Angra do Heroísmo, até ser enviado para trabalhar na comunicação social, em Lisboa.
Ao longo de mais de 50 anos como padre e jornalista, o padre Rego foi autor dos programas “Hoje é domingo”, “Nota do Dia”, “Meditando”, “Diálogo com os que Sofrem”, “Esquema XIII”, “Verdade e Vida”, “Andar faz caminho”, “Toda a Gente é Pessoa”, “O homem sem tempo”, “Alfa e Omega”, “70×7”, “Palavra entre palavras”, “Reflexo”, “Oitavo Dia”. Primeiro na rádio e nos jornais, na Diocese de Angra, o sacerdote trabalhou na Renascença, entre 1968 e 1975, e, até 1992, nos jornais nacionais, nos canais nacionais da rádio e na televisão públicas, no cinema, nas cooperativas audiovisuais e no Secretariado Nacional das Comunicações Sociais. Convocado desde o início para o projeto TVI, iniciou como diretor de informação da estação que começou as emissões em fevereiro de 1993 e nela continuou como coordenador de programas religiosos, da transmissão da missa e depois como autor, produtor e realizador do programa “Oitavo Dia”. O regresso à direção do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, em 1996, correspondeu também à conclusão do diálogo entre as confissões religiosas radicadas em Portugal para uma presença conjunta na rádio e na televisão públicas, com o programa “A Fé dos Homens”, primeiro na RTP2, desde 15 de setembro de 1997, e depois na Antena, a partir dia 1 de novembro de 2009. Após 23 anos de colaboração na TVI e 52 anos de trabalho pastoral realizado a partir da Diocese de Lisboa, onde se incardinou e era cónego da Sé Patriarcal, o padre António Rego regressou aos Açores em fevereiro de 2020, no início da pandemia, encontrando-se a residir com a família. |
Portugal: Cónego António Rego condecorado pelo presidente da República