Media pela paz no mundo

Agência Ecclesia – Que novidade traz a Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais Pe. João Lavrador – A Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais surge no contexto da globalização da humanidade, de todos os povos e, por outro lado, na constatação da força que os meios de comunicação têm hoje dentro da sociedade. O Santo Padre teria também diante dos seus olhos uma humanidade que ainda tem muitos focos de tensão. Esta mensagem vem precisamente lançar o convite a todos aqueles que trabalham nos meios de comunicação social tenham esse objectivo comum: pôr-se ao serviço da compreensão entre os povos. João Paulo II começa logo por recordar que todas as coisas, todos os meios são ambivalentes, podem estar ao serviço do bem ou ao serviço do mal, dependendo da consciência das pessoas. Coloca-se por isso, a questão ética com muita clareza, com a atenção mais nas pessoas do que nos meios. O Papa dirige-se, na Mensagem, a quem manipula estes os instrumentos, apelando à ética na sua própria utilização. A quem trabalha e tem responsabilidades nos meios de comunicação social de inspiração cristã, o Papa propõe o modelo do Verbo Incarnado que, como refere, estabelece uma Nova Aliança entre Deus e os homens. E a humanidade está a precisar de uma nova aliança, de novo contexto para a paz e para os grandes valores que ela aspira. Assim, faz um convite, fundamentado em algo tão profundo na fé cristã, a que todos os povos se sintam irmanados, aspirando a essa paz duradoira que todos aspiramos. AE – Hoje, a comunicação social faz passar notícias construtivas ou depende de pequenos e grandes escândalos? JL – Os meios de comunicação social, em geral, fazem um bom serviço, construtivo. Mas há situações em que o aspecto económico, a preocupação pelas audiências torna a comunicação num produto que seja vendável. E isso é muito perigoso. É esse perigo que hoje se corre. Por outro lado, hoje a ética não é muitas vezes respeitada. AE – Que códigos deontológicos activar para que tal não aconteça? JL – O ser humano vale por si próprio, e é isso que é necessário colocar em evidência. Numa perspectiva de crentes, diríamos que nos pautamos por uma ética específica, fundamentada. Tendo em conta que queremos estar em diálogo com todos, mesmo os que não professem qualquer religião, o ser humano é o padrão pelo qual nos devemos guiar. Quando o ser humano for respeitado, em tudo aquilo que ele é, então teremos um padrão ético que deverá orientar a comunicação social.

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