Media: Papa pede prioridade às pessoas e presença católica nas redes sociais

Francisco recebeu participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais

Cidade do Vaticano, 21 set 2013 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a Igreja deve apostar nas tecnologias da comunicação sem esquecer que a prioridade é o encontro “pessoal” num tempo de “desorientação” coletiva.

“Assistimos hoje, precisamente na era da globalização, a um aumento da desorientação, da solidão; vemos alastrar a confusão sobre o sentido da vida, a incapacidade de fazer referência a uma ‘casa’, a dificuldade em tecer laços profundos”, disse Francisco, perante os participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais.

A intervenção quis sublinhar a importância do encontro pessoal com Cristo e advertiu para a “tentação” de manipular as consciências com uma espécie de “lavagem cerebral teológica”.

“Neste tempo, temos uma grande tentação na Igreja, manipular as consciências”, alertou, frisando que não se pretende um “encontro com Cristo meramente nominalista”, mas com uma “pessoa viva”.

Segundo o Papa, independentemente das tecnologias, o objetivo da Igreja é “inserir-se no diálogo com os homens e as mulheres de hoje”, para compreender as suas “expectativas, dúvidas, esperanças”.

“O grande continente digital não é simplesmente tecnologia, mas é formado por homens e mulheres reais que trazem consigo aquilo que têm dentro, as suas esperanças, os seus sofrimentos, as suas ansiedades, a busca do verdadeiro, do belo e do bom”, precisou.

A presença da Igreja é particularmente importante, segundo Francisco, perante homens e mulheres “por vezes um pouco desiludidos por um cristianismo que lhes parece estéril” e com dificuldade “em comunicar de forma incisiva”.

“É portante saber dialogar, entrando, com discernimento, também nos ambientes criados pelas novas tecnologias, nas redes sociais, para fazer emergir uma presença, uma presença que escuta, dialoga, encoraja”, observou.

O Papa recordou que este ano se completam os 50 anos da aprovação do decreto ‘Inter mirifica’, do Concílio Vaticano II, no qual se “exprime a atenção que a Igreja dá à comunicação e aos seus instrumentos”.

Para Francisco, este é um campo no qual a problemática principal não é de “ordem tecnológica” ou de “aquisição de tecnologias sofisticadas”, mas de “encontro pessoal” para comunicar “a beleza da fé, do encontro com Cristo”.

“Também aqui no contexto da comunicação, é precisa uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração. A nossa presença, as nossas iniciativas sabem dar resposta a esta exigência?”, questionou o Papa.

O Conselho Pontifício das Comunicações Sociais promoveu desde quinta-feira a sua assembleia plenária com especialistas em comunicação de todo o mundo, sob o tema ‘A rede e a Igreja’.

Entre os participantes estava o patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, membro deste Conselho.

OC

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