Media: Jornadas Nacionais de Comunicação deixam desafio à «inclusão» na narrativa jornalística

Conferencistas partilharam experiências de adaptação e criatividade em tempo de pandemia

Foto: Agência ECCLESIA

Fátima, 24 set 2021 (Ecclesia) – As Jornadas Nacionais de Comunicação Social, que decorrem em Fátima, deixaram hoje um desafio à promoção da “inclusão” nas narrativas mediáticas, em particular no que diz respeito às pessoas com deficiência.

“Além das denúncias, há mais que importa trazer, há pessoas com deficiência que têm dificuldade de mostrar as suas capacidades e aí a comunicação social pode fazer mais e melhor”, afirmou Carmo Diniz, diretora do Serviço de Pastoral a Pessoas com Deficiência do Patriarcado de Lisboa.

A conferencia apresentou uma reflexão sobre as capacidades e barreiras de pessoas sem deficiência e com deficiência, pedindo uma comunicação social de inclusão.

“A exclusão diminui-nos e torna-nos mais pobres, na escola incomoda a educação dos outros meninos, no trabalho ninguém acredita nas suas capacidades, na igreja incomodam as celebrações”, apontou.

A responsável, mãe de cinco filhos, um deles portador de deficiência profunda, convidou a “aprender a humildade e alegria” com as pessoas com deficiência, destacando que elas “precisam de mais tempo para mostrar as suas capacidades”.

Os participantes nas Jornadas Nacionais ouviram um conjunto de intervenções subordinadas a cinco verbos: “apoiar, aprender, aproximar, conhecer e incluir”.

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Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa, agradeceu à comunicação social a “escuta ativa e de propósito” neste tempo de pandemia, antes de assinalara que essa atitude “fez a diferença neste ano e meio”.

“Nos tempos de pandemia, cumprir a nossa missão à distância foi difícil, criativo e muito desafiante, o meu obrigado porque o papel da comunicação social foi muito claro, de todo o tipo, dos meios regionais aos nacionais, e a forma como nos alinhámos na informação fez toda a diferença”, referiu a responsável, para quem a comunicação não pode servir só para denunciar injustiças mas também para “anunciar e informar”.

Jaime Barbosa, irmão marista, abordou por sua vez o contraste da educação em países em vias de desenvolvimento, como Moçambique onde esteve recentemente, e nos países com mais capacidades tecnológicas.

Foto: Agência ECCLESIA

O professor de educação Moral e Religiosa Católica referiu a grande transformação que os professores sofreram, durante a crise provocada pela Covid-19, por caminhos diferentes e com “maior abertura à comunicação com os pais”.

“Tivemos de nos adaptar, surgiu um movimento de partilha entre professores e a dada altura estávamos com novas facetas de professor a aprender a dar aulas no online, desde o pivot televisivo, a sermos editor de vídeos, informáticos ou psicólogos”, admitiu.

O religioso apontou que “os professores não podiam estagnar” e houve a necessidade de se atualizarem, “desde ferramentas, a metodologias, mudando regras e sabendo ler muito bem a realidade”.

Luís Jacob, presidente da Direção da Rede das Universidades Seniores, trouxe o verbo “aproximar” e contou que, perante as limitações da pandemia, foi necessário “passar para outro modelo para manter o contacto”.

“Este é um projeto social de contacto, de afeto e de proximidade; houve universidades que apostaram no contacto telefónico, outras foram pessoalmente a casa dos seniores, o online inicialmente muitos não aderiram, mas depois quem aderiu evitou a sensação de isolamento, mas outras instituições que resolveram voltar às cartas”, realçou.

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O responsável recordou que, em tempo de pandemia, surgiu a criação da universidade sénior virtual, um “projeto universal” que conseguiu chegar a “outros públicos, como cuidadores informais, pessoas doentes ou seniores que residiam nas aldeias”.

Luís Jacob reafirmou o papel das Universidades Seniores que, com a aprendizagem pós-pandemia, acredita que o verbo “aproximar” vai passar por um “sistema híbrido”, conjugando o presencial e o online, “permitindo chegar a outras pessoas”.

O verbo “conhecer” foi da responsabilidade de Margarida Franca e Sandra Moreira, da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), que destacaram a área que “tanto sofreu no tempo de pandemia” e que tem de ser vista através de outra perspetiva.

“O turismo não pode ser visto só na questão dos postos de trabalho, mas também na perspetiva da casa comum, de manter as tradições e da sustentabilidade”, assumiu Sandra Moreira.

As jornadas anuais promovidas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais começaram esta quinta-feira e têm como tema ‘Zoom in, Zoom out. Confinamento e Comunicação”, com participação presencial e online.

SN/OC

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Agência ECCLESIA

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