Media: Inteligência artificial permite «repensar» jornalismo do século XXI – Joana Beleza

Especialista vai intervir nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2024

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 21 set 2024 (Ecclesia) – Joana Beleza, subdiretora de áudio e multimédia no grupo Impresa, defendeu que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) é uma oportunidade para “repensar” o jornalismo, na atualidade.

“A inteligência artificial pode ser a desculpa perfeita para nós repensarmos melhor também o jornalismo do século XXI, porque é um jornalismo eminentemente digital”, refere à Agência ECCLESIA a responsável pela newsletter semanal ‘Conversas ao Ouvido’, na qual estabelece diálogos com a “Woolf”, um chatbot alimentado pela IA.

A especialista é uma das conferencistas das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, agendadas para os dias 26 e 27 de setembro, em Fátima, com o tema ‘Jornalismo e inteligência artificial’.

“Ainda há muita gente que não se sente afetada pela inteligência artificial, ou seja, as suas profissões mantêm-se iguais, mas há uma parte da sociedade que já está a braços com essa dimensão revolucionária desta tecnologia”, refere Joana Beleza.

A responsável assume que existem receios de que o jornalista humano venha a ser “substituído por um sistema de inteligência artificial que consegue receber a informação e transformá-la num texto que parece informativo”.

“O que o jornalismo faz é dar resposta a uma série de acontecimentos em tempo real, outros mais antigos, mas com base em investigação, dar-nos resposta também a perguntas que existem na sociedade ou, muitas vezes, perguntas que as pessoas ainda não fizeram, mas que percebem a necessidade de serem respondidas”, acrescenta.

Lembrando que “o jornalismo é também tecnologia”, a entrevistada sustenta que o “papel fundamental” do jornalista, como “mediador”, vai manter-se.

Por vezes, temos dificuldade em gerir o nosso tempo e perceber que é preciso parar e travar, que não devemos só estar a acelerar os procedimentos e a acelerar a produção de notícias”.

Joana Beleza destaca a necessidade de “transparência no jornalismo”, assumindo tudo o que for feito com recursos à inteligência artificial.

Num novo cenário mediático, a entrevistada entende que “o jornalista hoje já não é só o produtor de notícias, deve ser também o vigilante da informação que corre no mundo digital”.

“Temos a responsabilidade de fazer essa mediação entre as pessoas e tudo o que está a acontecer em diferentes áreas, e nesse sentido acho que precisamos mesmo de ter mais artigos utilitários, ajudar as pessoas a encontrar as ferramentas, mas também a saber utilizá-las”, precisa.

Joana Beleza fala ainda da necessidade de intervenção e regulação, por parte dos Estados, e da responsabilização de grandes empresas, no cumprimento das regras estabelecidas.

“Eu sou tecno-otimista, ou seja, eu acredito que a tecnologia vai favorecer a nossa vida, a vida dos humanos. Creio que com a inteligência artificial nós teremos imensas descobertas, imensas inovações”, realça, em entrevista que é emitida este domingo, pelas 06h00, na Antena 1 da rádio pública.

As inscrições para as Jornadas decorrem online, na página em que se divulga o programa dos trabalhos.

O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais vai ainda promover uma sessão de homenagem ao padre António Rego, antigo diretor deste organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, no dia 27 de setembro, em Fátima.

OC

 

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