Media: Imprensa regional cristã debate futuro

Congresso intitulado «Reinventar/Fechar jornais» pretende apontar caminhos de esperança para ultrapassar dificuldades impostas pela crise

Évora, 10 nov 2011 (Ecclesia) – O presidente da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIIC) disse hoje que a crise atual pede maior “criatividade” e dinamismo às publicações católicas de âmbito regional, muitas delas em risco de fecharem portas.

“Não há mais tempo para andarmos a viver de amadorismos, o voluntariado é muito bonito mas temos de nos organizar como pequenas empresas e procurar, com criatividade, a dinâmica própria de cada título”, realça o padre António Salvador dos Santos, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O “fim do porte pago”, hoje reduzido a um subsídio de apoio à leitura na ordem dos 20 por cento, o “aumento substancial” dos preços da matéria-prima e a queda abrupta das receitas de publicidade, devido às dificuldades económicas que o país atravessa, deixaram os associados da AIIC com a “corda na garganta”.

“Muitos nem sequer têm a possibilidade de nos pagarem a quota mensal, que anda à volta dos 10, 15 euros”, confidencia o presidente daquele organismo.

Para refletir sobre esta realidade, a associação promove sexta e sábado um congresso intitulado “Reinventar/Fechar Jornais”, no Seminário diocesano de Leiria.

Segundo o padre António Salvador dos Santos, pretende-se “analisar a realidade do setor e partilhar realidades que estão relacionadas com as mudanças que se têm registado, sobretudo ao nível económico e tecnológico”.

“Por outro lado, pensamos identificar algumas potencialidades que se apresentam, apesar de tudo, no atual contexto”, acrescenta aquele responsável, diretor do jornal “A Defesa”, da diocese de Évora.

O sacerdote defende que os jornais e revistas cristãs deverão apostar essencialmente no “corte de despesas”, na “limitação do número de páginas à quantidade de publicidade disponível” e no “desenvolvimento de parcerias com outros títulos regionais”.

Aproveitando a presença no evento de um representante do Governo, a AIIC vai ainda “insistir para que parte dos gastos de publicidade institucional sejam efetivamente distribuídos pela imprensa regional, como está legislado”.

“Chegámos a fazer acordos assinados no Palácio Foz com responsáveis do Governo e nunca foram cumpridos”, lamenta o líder associativo cristão, recordando que está em causa o futuro de publicações que “prestam um importante serviço público às populações”.

JCP

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