Leiria, 13 nov 2011 (Ecclesia) – A Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) defendeu no final do seu 8.º congresso nacional que “reinventar os jornais”, para evitar o seu fecho, passa “pela formação profissional, pela aposta no marketing e pelas novas plataformas digitais”.
No documento conclusivo do encontro, que decorreu entre sexta-feira e sábado, em Leiria, os cerca de 60 participantes falam “num tempo de crise, em que diminui o número de leitores” e no “boom das novas plataformas digitais de comunicação”.
A iniciativa teve como tema «Reinventar ou fechar jornais?», tendo em mente o desaparecimento de 77 títulos da AIC na última década, situação que “tem vindo a preocupar os responsáveis da associação”.
“Os tempos são de incerteza, mas a imprensa regional cumpre «serviço público», liga as pessoas à comunidade e à diáspora. É «memória histórica do país e do povo»”, pode ler-se nas conclusões do encontro nacional, enviadas à Agência ECCLESIA.
Entre os caminhos apontados pelos participantes, destacam-se “as parcerias, a profissionalização e a entrada definitiva no digital”, “aproveitando a convergência entre os diferentes suportes (tradicionais e digitais)”.
“Os jornais em papel terão futuro se os conseguirmos reinventar, rasgando e alargando horizontes. A imprensa de inspiração cristã «não cumprirá o seu papel se continuar desgarrada da pastoral, dessintonizada da Igreja ou cercada pelos muros do adro»”, assinala o documento conclusivo.
A imprensa de inspiração cristã apelou aos responsáveis da tutela para que mantenham o apoio de incentivo à leitura, “como reconhecimento do serviço público que esta presta”.
No encerramento do Congresso, o secretário de Estado adjunto do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares disse que o Governo decidiu manter o incentivo à leitura, mas está a estudar outras medidas para regular a atividade jornalística.
“Temos de regular de outra forma o acesso à profissão, porque existem excelentes profissionais na comunicação social em Portugal mas não podemos permitir a sua banalização, têm de ter formação para a área em concreto, experiência no setor, têm de cumprir um conjunto de regras deontológicas”, referiu Feliciano Barreiras Duarte.
“O Governo conta convosco”, disse ainda aos participantes.
OC