Comissões Episcopais de Portugal e Espanha debateram desafios deixados pelo Papa Francisco
Alfragide, Lisboa, 11 jun 2014 (Ecclesia) – As Comissões das Conferências Episcopais de Portugal e Espanha que coordenam o setor das Comunicações Sociais defenderam hoje a necessidade de superar “receios” em relação à presença católica no mundo digital.
“Na Igreja, temos de superar todos os receios da nossa presença no mundo digital, estar conscientes de que a nossa mensagem é uma Pessoa, Deus que se faz homem para nos salvar. Temos de estar presentes com esta originalidade, em diálogo com o mundo e atitude de serviço”, referem os participantes do encontro ibérico no final de três dias de trabalho em Alfragide, arredores de Lisboa, nas conclusões da iniciativa, enviadas à Agência ECCLESIA.
A Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais de Portugal e a Comisión Episcopal de Medios de Comunicación Social de Espanha refletiram sobre o tema “Rede de pessoas”.
Em análise esteve a mensagem do Papa Francisco para o 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais, onde desafia a criar “uma autêntica cultura do encontro”.
D. Ginés García Beltrán, presidente da comissão episcopal espanhola, disse à Agência ECCLESIA que a comunicação é “um desafio para a Igreja”.
“Foi assim no século I e continua a sê-lo hoje: a Igreja existe para evangelizar, portanto, todas as novas tecnologias são uma exigência, sabendo que o centro não está na tecnologia, mas nas pessoas”, precisa.
O responsável realça que a Igreja tem de estar “próxima” do ser humano, usando os meios de comunicação que tem ao seu dispor.
“A Igreja tem de pensar nas tecnologias de hoje e nas que virão amanhã, porque não estão fechadas, criam impacto, geram cultura”, conclui o bispo de Guadix.
D. Pio Alves, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, referiu por sua vez que é necessário “criar sensibilidade” e ajudar as dioceses católicas a melhorar o trabalho neste setor.
“Os recursos são importantes, mas muito mais importante – partindo da mensagem do Santo Padre e daquilo que é a sua prática – é o modo como cada um de nós se assume como comunicador e procura cultivar a proximidade”, afirma o bispo auxiliar do Porto.
As conclusões do encontro sublinham que “a comunicação da Igreja tem de se basear na verdade e na autenticidade, força vital que vai além da tecnologia”.
“Por último, para além de transmitir o nosso agradecimento a todos os jornalistas pela sua entrega ao serviço da comunicação, encorajamo-los a propiciar uma autêntica cultura do encontro que coloque as pessoas no centro do seu trabalho, acima de outras condicionantes económicas, ideológicas e tecnológicos”, conclui o documento.
PR/OC