Media: Igreja tem de falar a todos

Responsável Secretariado Nacional das Comunicações Sociais quer pastoral transversal neste setor

Lisboa, 11 mai 2013 (Ecclesia) – A Igreja tem de deixar de falar “sempre aos mesmos”, da “mesma forma” e nos “mesmos lugares” afirmou o cónego João Aguiar, indicando as redes sociais como o novo ambiente onde “todas as opiniões circulam”.

“A Igreja porque é católica tem de chegar a todos”, disse o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica (SNCSIC) numa entrevista à Agência ECCLESIA, recordando palavras do Papa emérito Bento XVI, na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais que afirma que as redes sociais “não são meramente um instrumento, são um espaço, são uma praça”.

A presença nesta “praça onde todas as opiniões circulam” traz o desafio da “linguagem abrangente”, “dirigida ao coração” mas “sem esquecer a mente”.

Segundo o responsável não se pode “cair na emotividade” ou na “pura apetência tecnológica”, pois, sublinha, “o crente deve pôr coerência, testemunho e alma”.

“Habitar esta praça também é aprender a falar como se fala nela e aprender a ouvir e a discernir aquilo que vale ou não a pena captar”, explica, recordando o risco que Bento XVI afirma valer a pena correr para estar nas redes sociais.

“O Papa diz-nos inclusive que temos de correr o risco de estar aqui sabendo que a forma discreta, como é normal, que a verdade se comporte e proponha vai encontrar às vezes a dificuldade”.

Habituado a esta “nova ágora”, o cónego João Aguiar utiliza as redes sociais como um “apostolado, de valorização e de confronto de ideias” mas também “de forma lúdica”.

O novo espaço onde todos são livres de entrar não é “um instrumento, é um sítio que se habita e há largos milhões de pessoas que vivem aí”, onde através “do testemunho, da partilha de fé e da cultura” se quebra o isolamento e as pessoas geograficamente distantes podem dividir o “conhecimento, a alegria da fé”.

O cónego João Aguiar acredita que também as “provocações” espirituais nas redes seja pela partilha de testemunhos ou de orações, podem conduzir a uma maior participação na Igreja.

Na véspera da celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais o responsável por este setor em Portugal gostaria de ver assumida a pastoral da comunicação “presente em todas as pastorais”, como uma preocupação pela “comunicação que gera comunhão em todas as paróquias e dioceses”.

Segundo o responsável esta data deveria também servir para manifestar o “afeto pelos profissionais da comunicação”, estejam eles mais próximos “de uma comunicação ligada à Igreja ou a uma comunicação dita neutra”.

Para o diretor do SNCSIC este é também um dia para “ensinar a consumir e de uma forma crítica” a informação que circula.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano é assinalado no domingo que antecede a solenidade litúrgica de Pentecostes -, foi estabelecido pelo II Concílio do Vaticano através do decreto «Inter Mirifica», de 1963.

A iniciativa tem como tema “Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”; em Portugal, os peditórios realizados nas missas vespertinas de sábado e de domingo revertem para as Comunicações Sociais da Igreja: 50% do total para o secretariado nacional deste setor e o restante para os secretariados diocesanos.

MD/LS 

 

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